Por: Suzana Vier, Rede Brasil Atual
São Paulo – Um protesto contra retirada de famílias no Jardim Prainha, na zona sul de São Paulo, reuniu cerca de duzentas pessoas em frente à prefeitura na manhã desta sexta-feira (11). Os moradores reivindicam a suspensão da derrubada de casas na região e a discussão de um projeto de urbanização.
“Viemos denunciar a postura de grande truculência e a falta de políticas habitacionais da prefeitura”, explicou Gustavo Moura da Rede de Comunidades do Extremo Sul. Apesar de não serem atendidos pelo prefeito, nem por representantes da Secretaria Municipal de Habitação, os moradores prometem manter a mobilização por alternativas habitacionais no bairro.
Segundo lideranças do movimento, a região foi fortemente atingida por chuvas no ano passado e há um ano a população que vive em áreas de risco aguarda providências da prefeitura. “Fala-se em um projeto de urbanização na área, mas quem mora lá só sabe disso de boca, nem os números que os órgãos da prefeitura apresentam batem”, descreve Moura. “É uma confusão de números e informações e nesse tempo a população fica jogada”, dispara.
Depois de meses solicitando “amparo do poder público”, os moradores foram surpreendidos no início do mês de fevereiro com ações de despejo. “Os agentes da prefeitura notificam e mandam os moradores saírem de casa, sem assistente social nem nada”, critica Kléber Luís, da Rede de Comunidades.
Truculência
Ainda de acordo com os moradores, além do poder público municipal não apresentar alternativas para a população, a ação da prefeitura tem sido truculenta e intimidatória. “Os funcionários são truculentos. Não dão informações, chegam com a Guarda Civil, a Guarda Ambiental, mandam as pessoas assinar documentos e deixam as pessoas sem saída”, declara Kléber. “As pessoas nunca sabem o que vai acontecer e quando”, denuncia.
Na semana passada, a retirada de famílias do Jardim Prainha, sem aviso, e a derrubada de uma casa levaram moradores a reagir a ação da prefeitura, revelam os moradores. “Com a mobilização da comunidade a destruição foi impedida. Agora lutamos por uma alternativa habitacional, não dá para chegar lá, destruir e deixar por isso mesmo”, pondera os representantes da Rede de Comunidades do Extremo Sul.
http://www.redebrasilatual.com.br/temas/cidades/2011/02/moradores-da-zona-sul-de-sp-protestam-contra-retirada-de-familias-e-truculencia-da-prefeitura