O caso do Condomínio Barão de Mauá é um dos 30 conflitos registrado no Mapa da injustiça ambiental e saúde no Brasil, no estado de São Paulo. Seus 54 edifícios foram construídos numa área onde funcionou o lixão da antiga fábrica de amortecedores COFAP. As condições do solo já causaram mortes e diversos casos de doenças. A firma Geoklock, encarregada de fazer o estudo do subsolo sobre o qual os prédios estão construídos, em Mauá, terminou seus trabalhos em novembro de 2009, repassando o relatório à CETESP para análise dos resultados e decisão sobre o que deveria ser feito. Até 15 de junho, entretanto, nada havia acontecido.E agora o cheiro de gás que emana do antigo lixão começa a sair até mesmo do poço dos elevadores, como pode ser visto na reportagem abaixo. TP.
Kelly Zucatelli, do Diário do Grande ABC
O cheiro de gás que exala de um elevador do Condomínio Baronesa, em Mauá, foi motivo de alarme ontem (7 de junho), para os moradores do conjunto, que compõe o mesmo complexo do Condomínio Barão de Mauá que, segundo a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), está contaminado com pelo menos 44 substâncias tóxicas.
Segundo a síndica, Elenice Mazzetti, o odor foi percebido por volta das 6h30, quando muita gente saía para trabalhar. A dúvida do que pode ter provocado tal cheiro forte e suas possíveis consequências, não foi sanada ontem, mesmo depois da presença de um técnico da Cetesb no local.
“O cheiro no hall de entrada do bloco seis logo cedo nos preocupou, pois era perceptível ser de gás. Tratei logo de verificar com os 32 apartamentos do edifício para saber se tinha algum vazamento de gás de cozinha em algum deles, mas todos estavam em condições normais”, explicou Elenice.
Após a verificação, a síndica disse que fez contato com o Corpo de Bombeiros e foi orientada que seria importante abrir um chamado junto à Cetesb. “Liguei imediatamente e fiz a solicitação, pois apesar de as pessoas não estarem indo para o hospital devido o cheiro forte, muitas tiveram dor de cabeça. Achamos melhor isolar o elevador por questões de segurança. Ficamos surpresos com o técnico (da Cetesb) que após olhar o local, apenas tentou sentir o odor e disse que não poderia fazer mais nada”, lamentou a síndica.
A podóloga Ciméia Rodrigues da Costa, 36 anos, mora ao lado do elevador. “Hoje (ontem) cedo senti o cheiro forte da lavanderia do meu apartamento. Causa muita preocupação”, disse.
Os moradores tiveram a iniciativa de chamar a empresa responsável pela manutenção dos elevadores para suspendê-lo para facilitar uma melhor verificação do fosso abaixo do equipamento.
A deputada estadual Vanessa Damo (PMDB), presidente da Frente Parlamentar de Apoio aos Moradores do Condomínio Barão de Mauá e do Condomínio Baronesa, disse que acionará a Cetesb hoje, para que façam uma melhor verificação do cheiro de gás no local. “Farei um pedido urgente de nova visita da companhia e um laudo aprofundado”, disse a deputada.
A Cetesb prometeu que hoje dará um parecer sobre a visita do técnico ao local.
Acidente com morte no ano 2000 ainda assusta vizinhança
O medo de explosões entre os condomínios é uma constante desde 20 de abril de 2000, após a morte de um homem ocorrida depois que ele acendeu um isqueiro para enxergar as escadas que levavam à bomba-d”água do edifício.
O acidente ocasionou a descoberta de que o Condomínio Barão de Mauá foi construído sobre solo contaminado com pelo menos 44 substâncias tóxicas.
Em 2005, a Secretaria Nacional de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, revelou que os mais de 4.000 moradores do Barão de Mauá continuavam sujeitos a novas explosões.
A deputada Vanessa Damo tenta junto à Secretaria Estadual de Saúde a realização de exames médicos para verificar a saúde dos moradores.
http://www.dgabc.com.br/News/5814817/cheiro-de-gas-assusta-moradores-de-condominio.aspx
Forte cheiro de gás deixa de ser sentido no Baronesa
Kelly Zucatelli
Do Diário do Grande ABC – 09/06/2010
Após o temor do forte cheiro de gás que saía do elevador de um dos prédios do Condomínio Baronesa, no complexo do Condomínio Barão de Mauá, em Mauá, conforme o Diário informou ontem, o odor parou de ser sentido no prédio, onde moram 32 famílias.
Segundo a síndica Elenice Mazzetti, outros técnicos da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) estiveram no local por volta das 22h de anteontem, mas desta vez munidos de aparelhos, o que não ocorreu durante a tarde, quando um técnico da companhia esteve lá e não detectou nada. “Outros profissionais estiveram aqui no prédio e utilizaram um aparelho que mede pequenas partículas de gás no ar. A pedido deles, pegamos até um tapete do elevador para que eles fizessem um teste para detectar se tinha uma gota de elemento químico”, explicou a síndica.
Elenice informou que na segunda visita para avaliação do problema, os técnicos deixaram um laudo relatando que de acordo com as medições feitas não foi constatado nenhum risco.
A Cetesb confirmou a presença dos técnicos e manifestou que os profisssionais não identificaram nenhum índice de explosividade no local.