“Estamos fazendo um relatório para entregar ao Ministério das Cidades, queremos ver qual a possibilidade do Programa Minha Casa Minha Vida, ser aplicado nessas comunidades. Essa articulação já está sendo feita desde o começo da semana passada, precisamos, agora, apresentar ao Ministério as demandas”, esclarece Maurício Reis.
Além de Muquém, que fica em União dos Palmares, outras comunidades quilombolas foram atingidas direta e indiretamente. Gurgumba, em Viçosa, quatro, das 25 famílias perderam suas casas e estão alojadas nas casas de parentes, que também se encontram em áreas de risco, cerca de 50 m do rio Paraíba. A comunidade tem cerca de 150 pessoas e tem a certificação da Palmares desde 2009.
Já as comunidades do município de Santana do Mundaú “Filús, com 40 famílias, Jussarinha, com 34 famílias e Mariana, com 35 famílias” também sofrem conseqüências por causa das chuvas, estão isoladas. A única ponte que dava acesso ao povoado foi destruída. “A situação já é precária normalmente, agora está tudo pior”, diz a Gerente de Núcleo de Quilombolas do Instituto de Terras de Alagoas (Iteral), Berenita Melo.
As Secretarias Estaduais da Mulher, Cidadania e Diretos Humanos e a de Agricultura, além da prefeitura de União estão comprometidas com a implementação de políticas públicas em benefício das comunidades quilombolas atingidas. O compromisso foi assumido em reunião com representantes dessas instituições, a Palmares e representantes das comunidades quilombolas no Estado.
Outra preocupação da devastação das chuvas é o patrimônio material e imaterial das cidades atingidas. Na visita a Alagoas o Diretor da Palmares esteve com o Secretário de Cultura do Estado, Oswaldo Viégas, que também é membro do Conselho Nacional de Política Cultural, e ele informou que enviou ao Conselho uma recomendação para que o Ministério da Cultura promova, em conjunto com os Estados e municípios atingidos, um levantamento dos bens culturais atingidos e viabilize a implantação de medidas a curto e de médio prazo, visando apoio a recuperação e restauração do patrimônio cultural, bem como a dinamização de ações culturais, visando a recuperação da auto-estima das populações atingidas. “As chuvas levaram vidas humanas, patrimônios pessoais, patrimônio público e patrimônio histórico e arquitetônico dessas cidades”, diz o documento.
[Enviado por Marta Almeida]
http://www.palmares.gov.br/