Lara Bauermann
Nesses últimos dias, a cidade de Tapejara/RS está sendo palco de um acontecimento revoltante: centenas de índios, provenientes da reserva indígena de Charrua estão em frente ao posto da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) em situação degradante.
Eles foram expulsos da reserva no dia 17.12 e, desde então, cerca 250 pessoas – entre elas umas 100 crianças incluindo um recém-nascido – estão dormindo na rua, apenas com a roupa do corpo e com doações de cobertores e colchões de algumas pessoas da vizinhança.
Eles estão apenas com duas panelas, cozinhando em fogo de chão. Estão sem pratos e talheres. Tomam banho no tanque que tem no pátio da casa onde funciona o posto da FUNAI. Para utilizar banheiro vão até a praça da cidade. Muitas crianças e pessoas de mais idade já estão adoecendo por estarem expostas a essa situação.
Segundo os índios, a FUNAI está na reserva de Charrua para negociar a volta dessas famílias. Até agora, no entanto, não houve nenhuma resposta. Além disso, nada foi feito para garantir a segurança e a saúde dessas pessoas. Elas estão desabrigadas e sem nenhum tipo de assistência há quatro dias.
É muito importante que o maior número de pessoas possível – individualmente ou através de organizações – divulgue essa situação e mostre sua indignação para que isso se resolva o mais rápido possível.
ABAIXO-ASSINADO
Aos Excelentíssimos Senhores Prefeitos das cidades de Tapejara/RS e de Charrua/RS e ao Excelentíssimo Senhor Coordenador da Regional da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) de Passo Fundo/RS
Vimos, por meio deste, exigir que os poderes públicos assumam seu papel e tomem atitudes adequadas para com os indígenas da reserva do Ligeiro – Charrua/RS.
São centenas de pessoas que há cinco dias estão desabrigadas no centro da cidade de Tapejara/RS, sobrevivendo apenas com doações de indivíduos isolados.
Na última noite, dia 20.11, os próprios índios tiveram que tomar a iniciativa de abrir a porta da casa onde funciona o posto da FUNAI para poderem ao menos abrigar-se da chuva.
Mesmo assim, eles continuam em uma situação extremamente preocupante: a casa onde funciona o posto da FUNAI não tem espaço para abrigar todos eles. Eles não tem colchões nem cobertores em número suficiente. Estão apenas com a roupa do corpo e algumas roupas doadas pela comunidade. Para se alimentar também estão dependendo da boa vontade de doações de pessoas isoladas. Além disso, não tem fogão e panelas para cozinhar, nem talheres e pratos para comer.
Eles estão tomando banhos improvisados em um tanque que tem no pátio da casa onde funciona o posto da FUNAI e usando os banheiros públicos da praça da cidade. Está faltando fralda e leite para as crianças.
Esta situação FERE A DIGNIDADE HUMANA E PRECISA SER RESOLVIDA. A volta deles com segurança às suas casas precisa ser negociada e garantida com urgência. Além disso, eles precisam ser abrigados enquanto não se resolve a situação na Reserva do Ligeiro.
Exigimos que a FUNAI, a Prefeitura Municipal de Charrua e a Prefeitura Municipal de Tapejara assumam suas responsabilidades e tratem essa situação com a seriedade que merece ser tratada, pois já se tornou há muito tempo uma situação inaceitável.
PARA ASSINAR:
http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2011N18374
Envie mensagens aos órgãos responsáveis para pressionar:
Prefeitura Municipal de Charrua: http://www.charrua-rs.com.br/contatos.php/
Prefeitura Municipal de Tapejara: http://www.tapejara.rs.gov.br/site/?page_id=153
FUNAI: [email protected]
http://www.diarioliberdade.org/index.php?option=com_content&view=article&id=22788:indigenas-expulsos-e-desabrigados-no-sul-do-pais&catid=63:repressom-e-direitos-humanos&Itemid=78