Há vinte anos, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Eco 92) e o ciclo social de conferências das Nações Unidas, que a ela se seguiu, discutiram os problemas globais que afetam a humanidade e pactuaram uma série de propostas para enfrentá-los (as convenções sobre mudanças climáticas, biodiversidade, desertificação, a Agenda 21, Carta da Terra, entre outras). Mas aquilo que deveria ter sido o início da reversão das situações de miséria, injustiça social e degradação ambiental frustrou boa parte das esperanças depositadas neste processo.
Sete bilhões de seres humanos vivem hoje as seqüelas da crise capitalista e do seu modelo de desenvolvimento exploratório. Vivem o aumento gigantesco da desigualdade social e da pobreza extrema, com a fome afligindo diretamente um bilhão de pessoas. Presenciam guerras e situações de violência endêmica e o crescimento do racismo e da xenofobia.
No Brasil, os grandes empreendimentos, a exemplo da Belo Monte, das plantas siderúrgicas e portuários da TKCSA, Porto de Açu, o uso dos agrotóxicos incentivado pelo agronegócio, a revisão do Código Florestal, os megaeventos esportivos e as remoções das favelas, dentre outros, têm gerado graves impactos negativos à saúde humana e ambiental, em especial nas comunidades tradicionais e de baixa renda, que apresentam maior vulnerabilidade socioambiental.
O tema da Economia Verde está gerando grandes debates e questionamentos e os movimentos sociais estão desde já avaliando a melhor forma de atuação frente a Rio+20. Dentre elas existe o Comitê Facilitador da Sociedade Civil Brasileira para a Rio+20, que reúne organizações da sociedade civil e movimentos sociais e populares do Brasil e do mundo para participar do processo que culminará na realização, em junho de 2012, do evento autônomo e plural, provisoriamente denominado Cúpula dos Povos da Rio+20 por Justiça Social e Ambiental, paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável.
Diante de tal conjuntura, o momento político propiciado pela Rio+20 constitui uma oportunidade para potencializar a articulação e resistência dos movimentos sociais na defesa dos direitos sociais, ambientais, econômicos e culturais das lutas globais por justiça social e ambiental e um projeto societário alternativo e contra-hegemônico.
A ASFOC-SN vem se juntar a esse processo político e pedagógico e gostaria de convidar a todos e todas para participarem do Seminário Políticas Públicas, Controle Social e Sustentabilidade: Um Enfoque para a Rio+20, organizado pela Apedema-Baixada, a ser realizado nesta sexta-feira (15/07), das 8h às 17h, no auditório térreo da ENSP.