Organizado no interior da Via Campesina, nova organização tem como temas o trabalho escravo e a informalidade na categoria
Trabalhadores do campo se articulam para a criação de um novo movimento popular: o de assalariados rurais. Para a iniciativa, foi realizado o Seminário Nacional dos Assalariados Rurais, em Belo Horizonte, nos últimos dias 1o e 2 de julho. A organização desse setor começa a ser discutida no interior da Via Campesina, articulação dos movimentos sociais do campo em nível internacional.
Os assalariados rurais apresentam como um dos motivos para criação de um movimento próprio o fato de que suas necessidades não estão contempladas em sindicatos já existentes. “Essas entidades têm presença dos agricultores nas diretorias, só que assalariados também são empregados desses produtores”, afirma Jorge Ferreira, da diretoria executiva da Federação dos Empregados Rurais dos Assalariados de Minas Gerais (Feraemg).
Atualmente, os principais problemas dos assalariados rurais são a falta de carteira assinada, o trabalho escravo e o aumento da terceirização. Ferreira também lembra que a fiscalização trabalhista praticamente não existe no campo. “O próprio Ministério Público do Trabalho nos informou que, se hoje eles vão fiscalizar uma fazenda, só vão conseguir voltar lá em 25 anos”, exemplifica.
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