Por Claudio Castro
A Secretaria Estadual Meio Ambiente do Maranhão, Sema, realizou, nesta quarta-feira, audiência pública praticamente a portas fechadas, no Comando Geral da Polícia Militar do Maranhão, com a intenção clara de cercear a participação da comunidade do Cajueiro, área onde a empresa WPR pretende instalar um complexo portuário para exportar, entre outros produtos, papel e celulose, atendendo a empresa Suzano.
No apagar das luzes, o governo Roseana Sarney corre para garantir empreendimento da Suzano Papel e Celulose, seu financiador de campanha eleitoral, e prejudicar mais uma comunidade maranhense.
Nesta mesma quarta, os moradores do Cajueiro, que, por sua vez, resistem, discutiram, em ampla Audiência Popular, os impactos que mais esse ataque em forma de desenvolvimento pode causar à Ilha de São Luís!
Além da comunidade, estiveram presentes representantes da delegacia agrária, da promotoria agrária (Ministério Público), da secretaria municipal de Urbanismo, CPT, CSP Conlutas, Gedmma/Ufma, deputado estadual Bira do Pindaré (PSB/Comissão de Direitos Humanos da Assembleia), da Defensoria Pública do Maranhão, gabinete da vereadora Rose Sales (PCdoB), representantes de comunidades vizinhas e, claro, a comunidade de Cajueiro.
Todos foram unânimes em afirmar o direito de posse da comunidade, que vem sendo coagida pela empresa. Os presentes também concordam em relação à falta de legitimidade da audiência realizada na Polícia Militar. Os moradores se mostraram determinados a não abandonar sua terra e sua história, pelas quais disseram que resistirão.
Foi pautada a necessidade de unir as comunidades da área em torno da imediata criação da Reserva Extrativista do Taua Mirim, forma de assegurar seus direitos e que vem sendo sistematicamente barrada pelo governo do estado em interferências junto ao governo federal.
Ao chegarem à Associação de Moradores do Cajueiro, os participantes da legítima Audiência Popular depararam-se com várias viaturas da Polícia e quase uma dezena de policiais que logicamente não foram solicitados pela comunidade. A presença intimidatória somente foi afastada após solicitação do promotor público junto aos policiais.
A audiência transcorreu em clima de euforia e determinação por parte da comunidade e de seus parceiros em relação a lutar para que o Cajueiro não seja destruído por mais um empreendimento que muito promete, mas que depois de implantado causa somente destruição e desestruturação das comunidades de agricultores e pescadores, fundamentais para a manutenção do equilíbrio ecológico onde estão localizados.
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