Editorial em Dourado News
Formada por mais de 13 mil habitantes, a Reserva de Dourados é uma das maiores concentrações indígenas em área urbana do país e também uma das regiões mais pobres do município. Ali, os moradores sofrem com a violência, uso demasiado de drogas e álcool e, também, com o preconceito. Porém, outro fator tem levado sofrimento para quem mora naquela região, a falta de água.
Ontem pela manhã, o Dourados News rodou dezenas de quilômetros no local e conversou com pessoas que, para conseguir um simples balde com água, precisam andar em torno de 3h sob um sol escaldante de mais de 35ºC.
Das torneiras de algumas casas não sai nada, apenas o ‘ar’ do interior dos canos.
Mas, o pior de tudo isso, é saber que o sofrimento e a vida de ‘sertanejo’ que muitos ali levam para conseguir o bem natural que hoje tem dono, é por conta da inoperância dos órgãos competentes e responsáveis por isso, que sempre se calam.
É incrível como os recursos chegam, e em grande quantidade, são alarmados pelas autoridades e do nada, somem. Ou então, as benfeitorias ficam pela metade.
Não se pode admitir que numa cidade onde a população não sofra com o abastecimento de água e rica em nascentes, as pessoas passem por esse problema.
As autoridades devem se atentar ao caso e cobrar por parte de quem compete, explicações do que vem acontecendo ali. Porque, uma simples bomba queimada não pode demorar mais de duas semanas para ser arrumada.
O Ministério Público Federal também precisa ser provocado e se pronunciar sobe a situação que vivem algumas famílias do local.
Talvez, desta maneira, cenas de sertão como a vivenciada pela reportagem do Dourados News, deixarão de acontecer.
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Enviada para Combate Racismo Ambiental por Isabel Carmi Trajber.