Audiência pública marcada para esta quinta-feira, dia 31, às 9h, na Escola Municipal Maria de Fátima Fernandes Barreto, localizada na Vila do Ariaú, no quilômetro 36 da Rodovia Manoel Urbano (AM 070), vai discutir o futuro de 13 famílias indígenas sateré-mawé. A Vila fica localizada no município de Iranduba (a 25 quilômetros de Manaus).
Os indígenas lutam pela permanência na terra onde vivem há quase 20 anos e temem ser forçados a deixar o local, por conta de uma ação movida pela administração da Vila do Ariaú.
A audiência pública foi convocada pela Câmara Municipal de Iranduba acompanhada de um abaixo-assinado dos moradores, que discutirão a situação das famílias da Aldeia Sahu-apé, sob alegação de que os indígenas estão em conflito com não-indígenas.
Em reunião realizada na tarde desta terça-feira (29), na sede da Fundação Nacional do Índio (Funai), técnicos da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind), do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e da própria Funai definiram a linha de defesa traçada em prol das famílias em questão.
Assessorados pelo corpo jurídico, eles prestarão esclarecimentos para o município e os vereadores sobre o trâmite legal que já vem sendo feito para regularização da área.
Doação
De acordo com o vice-coordenador da Associação dos Indígenas de Sahu-Apé (Aisa), João Freitas, a terra em questão foi doada pela Prefeitura de Manacapuru (a 84 quilômetros) em 1996, durante a administração do então prefeito Angelus Figueira.
De lá para cá, os indígenas tentam a regularização da área junto ao Incra, com o apoio da Seind. Há seis anos, porém, Iranduba passou a ter jurisdição sobre a Vila do Ariaú e, consequentemente, sobre a aldeia de Sahu-Apé.
Os indígenas trabalham com agricultura familiar, artesanato e ecoturismo, com projetos desenvolvidos em parceria com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Sustentável (SDS) e a Seind/CDH (Conselho Estadual de Desenvolvimento Humano). Sahu-Apé é uma das comunidades beneficiadas pelo Programa de Etnodesenvolvimento na Trilha do Gasoduto Coari-Manaus, com ações de fortalecimento da organização indígena.
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