A operação deflagrada ontem (11) de manhã pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, que cumpriu 17 mandados de busca e apreensão e convocou dez jovens envolvidos em manifestações de rua, foi classificada como fruto de um “estado de exceção” pelo advogado Marino D’Icarahy, que defende três dos interrogados, buscados em suas casa logo cedo.
Os jovens foram levados para a Delegacia de Repressão contra Crimes de Informática (DRCI), na Cidade da Polícia, zona norte da cidade. “É a confirmação de que estamos vivendo um estado de exceção no Rio de Janeiro. As pessoas são trazidas para serem interrogadas como testemunhas e não têm o direito de se manter caladas. Quando a gente sabe que a intenção do Estado é estabelecer a prova, que eles nunca vão conseguir, porque não existe isso, da organização criminosa. Isso é uma covardia”, disse o advogado.
Ele defende os jovens Eduarda Castro, Tiago Rocha e Elisa Quadros – esta conhecida pelo apelido de Sininho – e disse que a operação, às vésperas da abertura da Copa, não é uma coincidência. “Essas coincidências não existem, é tudo programado, parte de intimidação e da criminalização do ativismo político. Há um conluio do Estado”, sustentou o advogado.
A Polícia Civil foi procurada para se pronunciar sobre a operação. Apenas uma nota foi divulgada, dizendo que o inquérito corre em segredo de Justiça, e que foram apreendidos equipamentos como computadores e mídias em cinco bairros do Rio de Janeiro e em um endereço de Niterói.