AM – Maria Carvalho Barreto, filha de indígenas Mura do Mataurá, foi encontrada morta anteontem, após participar de reunião para a demarcação da aldeia

Por Jakeline De Souza

Maria Carvalho Barreto, brasileira, filha de indígenas Mura do Mataurá, de Manicoré, foi encontrada morta na manhã de ontem, 03.03.2014, na entrada da sua casa, que se pode ver atrás dela na foto registrada anteontem, no momento em que passamos por lá para levá-la para a reunião. Maria assinou anteontem o pedido de Demarcação da Aldeia Patakuá Deus é Bom, elaborado e assinado pela comunidade durante a reunião.

QUEREMOS JUSTIÇA! A VOZ DE MARIA SEGUE NA VOZ DE TODA GENTE QUE EXIGE DIGNIDADE.

Inicio o vídeo diferente do que estava programado para homenagear esta mulher e lembrar a todas/os que os responsáveis serão encontrados e julgados pelo crime horrendo que cometeram contra a vida de uma mulher que voltou para o seu lugar de origem com o propósito de ver crescer seu filho na dignidade e na paz.

Que a força e dignidade desta mulher amazônida seja Estrela-Guia para nossa própria vontade.

Brasil das Amazonas, Brasil de MARIA.
Somos TODAS Maria.
TERRA PARA OS POVOS DA TERRA.

Críticas, sugestões: [email protected]
+55 92 9232-2100
Antropóloga responsável: Jakeline De Souza

Das 34 aldeias no município de Manicoré, apenas 13 estão em terras homologadas. As outras, como a Aldeia Parirá, estão em terras que, se quer, foram identificadas. A identificação é o primeiro passo para a homologação das terras. As aldeias são todas reconhecidas, a população indígena é reconhecida, mas o direito sobre as terras está em constante ameaça pela falta de proteção legal dessas terras, pois terra indígena que não está homologada é constantemente ameaçada por invasores e pela depredação da floresta, sua população é constrangida por atos de preconceito, e ainda que toda a população deste Continente Ancestral Indígena que liga o Pólo Sul ao Pólo Norte, e ainda mais especialmente a população amazônida, tenha toda, em maior ou menor medida, raízes ancestrais indígenas, a negação sobre nossa ancestralidade indígena resiste na disputa pelo poder econômico sobre os recursos, as riquezas, da Terra.

Brasil, Amazonas, Manicoré.
03 de março de 2014.

FLORESTA PARA QUEM PRECISA DA FLORESTA VIVA PARA MANTER SUA PRÓPRIA VIDA.

Este trabalho é totalmente voluntário, sendo as despesas para alimentação, alojamento e deslocamentos, todas, pagas por indígenas Munduruku e Mura que vivem em Manicoré, especialmente das Aldeias Patakuá Deus É Bom, Parirá; por indígenas que lutam por espaço para viverem em aldeias; pelo indígena Walmer Vasconcelos, que atua na FUNAI de Manicoré; e também pelo ICMBio, Instituto Chico Mendes em Manicoré, que, na pessoa de David de França, torna possível nosso acesso à internet, pois as condições para comunicação aqui são precárias. Nem a FUNAI tem acesso à internet. Obrigada!

Comments (2)

  1. Agora temos contra nós mulheres a ambição dos fazendeiros que agem contra as mulheres da aldeia para intimida-las e coloca-las no lugar que os “brancos “as colocam. Fora da participação.

  2. e com profunda dor e indignaçao e revolta que vamos tomar conhecimento da morte de mas um indigena na tarefa de procurar demarcaçao para viver de jeito justo e digno justicia ya e demarcaçao e chega dee apagar vidas honramos a memoria de Maria filha de cacique e exigimos investigaçao de mais um crimen injusto pela vida dos indigenas grupo presente en defessa de todas as etnias indigenas

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