Com 7° latifúndio ocupado em duas semanas, Sem Terra aumentam a luta pela terra em todo país

Nesta terça cerca de 500 famílias montaram o acampamento Princesa do Almerana, no Vale do Jequitinhonha, nordeste de Minas Gerais

Da Página do MST 

Cerca de 500 famílias montaram na manhã desta terça-feira (25) o acampamento Princesa do Almerana, no Vale do Jequitinhonha, nordeste de Minas Gerais. 

Além do assentamento imediato das mais de seis mil famílias acampadas em 42 latifúndios da região, os Sem Terra denunciam as más condições nos assentamentos, há quase seis anos sem assistência técnica.

“Oitenta e sete por cento das áreas ainda não possui água potável, e 70% não têm habitações financiadas pelo governo, assim como os créditos para produção de alimentos estão parados. Temos acampamentos de quase 16 anos na região do estado de Minas, não podemos mais permanecer nessas condições”, alerta Sílvio Netto, da direção estadual do MST.

Silvio ressalta as contradições enfrentadas no estado de mineiro que vê aumentar o número de acampados.

“O número de pessoas que se juntam o Movimento só tem aumentado nos últimos meses. Isso mostra a urgência do plano de Reforma Agrária Popular. Essa é uma luta legítima que a cada dia ganha mais adeptos em todo país”, finaliza.

Aumento das ocupações

O aumento no número de ocupações não se dá apenas no estado de Minas Gerais, como observa Silvia Neto. Apenas nas duas últimas semanas Sem Terra de outros estados ocuparam ao menos sete latifúndios pelo Brasil.

Ontem, mais duas ocupações foram decretadas pelo MST. Uma delas foi na Fazenda Capão Cipó, no município de Castro, região dos Campos Gerais (PR), com cerca de 150 famílias.

Na área está instalada a Fundação ABC, instituto voltado a pesquisa agropecuária para as Cooperativas Capal (Arapoti), Batavo e Castrolanda. Segundo a coordenação do Movimento, as terras onde estão instaladas a Fundação ABC são de propriedade da União, que desde 30 de abril de 2014 aguarda a reintegração de posse.

A outra foia a Fazenda Vila Rica, no município de Rondonópolis (MT), a 200 km de Cuiabá. Cerca de 150 famílias ocuparam a área, que além de ser improdutiva está sob investigação por suspeita de grilagem.

Também tiveram ocupações no estado do Goiás, Mato Grosso do Sul, Maranhão e outra no Paraná.

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