Por Dignitatis
Diversas entidades visitam três áreas de conflito e prestam solidariedade aos sete trabalhadores rurais que irão a júri popular no próximo dia 27 de agosto em João Pessoa-PB
Durante todo o dia 22 de agosto (sábado), movimentos sociais e populares, organizações da sociedade civil e integrantes da comunidade universitária saíram de João Pessoa em caravana rumo ao município de Mogeiro-PB, em mais um gesto de solidariedade e apoio aos trabalhadores rurais da região e do estado, em especial aos sete trabalhadores rurais que irão a Júri Popular no próxima dia 27 de agosto (quinta-feira), no Fórum Criminal de João Pessoa.
A caravana teve como roteiro as áreas da Fazendinha e o Assentamento João Pedro, Acampamentos Paraíso e Salgadinho e o Assentamento Dom Marcelo, onde foram apontadas as situações de acirramento dos conflitos pela terra na região. Relatos de ameaças, intimidações, perseguições e também do cumprimento abusivo e ilegal de decisões judiciais de reintegração de posse estiveram presentes nos discursos dos trabalhadores(as).
A comitiva, por onde passou, chamou a atenção de toda a cidade de Mogeiro para os riscos da criminalização da luta pela reforma agrária através de um buzinaço de motos e carros que passaram pelas principais ruas da cidade e pela área rural.
A situação dos trabalhadores rurais que vão a Júri foi discutida no Acampamento Dom Marcelo, com a presença dos trabalhadores injustamente acusados do homicídio de um vaqueiro e da tentativa de homicídio de um policial civil em 2002. Na ocasião, que ganhou repercussão nacional e internacional, estes trabalhadores sofreram torturas psicológica e física, foram detidos sem acesso a seus advogados e ainda ficaram presos durante um ano e sete meses, de Maio de 2002 a Dezembro de 2003.
Foi apontada a importância de dar ainda maior visibilidade ao caso e garantir uma grande participação das comunidades presentes no dia do Júri para reforçar a previsão de um grande público. A assessoria jurídica também apontou as diversas contradições e ilegalidades do processo contra os trabalhadores, que se configura como um dos casos mais emblemáticos de criminalização da luta pela terra nos anos 2000.
O resultado foi avaliado como muito positivo, pois demonstrou a força da mobilização nas comunidades e a capacidade de articulação de diversos atores sociais paraibanos em defesa dos direitos humanos e da reforma agrária, na busca por justiça.
A expectativa é de um grande público para assistir ao Júri Popular no dia 27 de agosto no Fórum Criminal de João Pessoa, com um veredicto justo e a absolvição dos trabalhadores rurais de Mogeiro.
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