Por volta das 14h45 do dia 27 de julho de 2015, enquanto muitos brasileiros assistiam a rede Globo de Televisão, ou acessavam seus facebooks, ou ainda tomava café no trabalho, a Polícia Civil de Guaíra, município do oeste do Paraná, foi comunicada pela Unidade Central de Saúde, que uma jovem indígena havia se suicidado.
A jovem vivia na Aldeia Guarani Tekohá Jevy, onde residem em torno de 69 famílias, num total de 390 pessoas, e aguardam a regularização de sua Terra Indígena.
O local, localizado aos fundos do Aeroporto Municipal de Guaíra, onde Policiais Civis foram recebidos pelo Cacique Anatalio Ortiz, que prontamente mostrou onde a indígena havia tirado a própria vida, é mais uma das aldeias que sofrem pela pressão do plantio de transgênicos, soja como principal, e as organizações de proprietários não-indígenas que insistem em não reconhecer o povo Guarani no município que leva o nome Guaíra, da língua Guarani.
Cristina Benitez, de 19 anos, morreu pendurada numa corda que laçava seu pescoço. A corda estava amarrada no galho de uma árvore em meio a mata e Cristina entregou-se de joelhos, sobre a terra que agora habitará, eternamente, aguardando que seja devolvida ao seu povo.
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Imagem: Portal Guaíra.
Enviada para Combate Racismo Ambiental por Isabel Carmi Trajber.