Por Campanha Nem um poço a mais
Campanha “Nem um poço a mais” realizará manifestação no dia 9, quinta-feira, às 8h, em frente à Escola de Guerra Naval, na Urca. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) promoverá no auditório da escola uma audiência pública sobre o pré-edital da 13ª rodada de licitações de blocos para exploração e produção de petróleo e gás natural. A ANP usa as audiências para recolher comentários e sugestões sobre o edital e identificar amplamente aspectos relevantes à matéria. É fundamental que as comunidades que serão severamente atingidas pela exploração do petróleo, assim como todos os setores da sociedade brasileira, sejam ouvidos.
A rodada de licitações ocorrerá enquanto o país acompanha o desenrolar da Operação Lava Jato, que revolve incontáveis denúncias de irregularidades relacionadas às operações da Petrobras e empreiteiras ligadas à cadeia de produção do petróleo. Na visão da campanha Nem um poço a mais a nova licitação, neste momento, é além de tudo um contra-senso: sob que condições os novos poços serão explorados?
Impacto local e global
A campanha “Nem um poço a mais” denuncia que além do aquecimento global gerado pela queima dos derivados do petróleo, a exploração destes hidrocarbonetos implica em uma série de impactos diretos aos territórios. Basta lembrar que para produzir petróleo são necessários também projetos de mineração, grandes obras de logística, energia, invasão de baías pesqueiras, entre outras modificações na realidade de milhares de famílias. Sem dúvida, é sensato afirmar que a audiência pública desta quinta-feira diz respeito ao destino de 266 blocos em 10 bacias sedimentares (Amazonas, Parnaíba, Potiguar, Recôncavo, Sergipe-Alagoas, Jacuípe, Camamu-Almada, Espírito Santo, Campos e Pelotas) e de todo o planeta. Sim, do planeta: vide a recente encíclica Laudato Si, lançada em junho, pela qual o Vaticano se une a décadas de clamores da sociedade civil global e soma-se às denúncias contra a adoção de um modo de desenvolvimento que destrói “a casa comum” e gera pobreza e desigualdade.
A Campanha: esses doidos querem viver sem petróleo?
Não, a campanha Nem um poço a mais não espera que amanhã a produção petrolífera mundial seja estancada. No entanto, pretende alertar a sociedade sobre os riscos de seguirmos econômica e politicamente dependentes do petróleo. Mas não basta alertar: é preciso tomar atitudes concretas! Nem um poço a mais significa que não queremos a expansão da sociedade petroleira, não queremos novas licitações e novos poços de petróleo sendo explorados.
Desejamos questionar os usos absurdos do petróleo: as guerras, o caótico trânsito urbano, os agrotóxicos da agricultura que envenena nossos pratos, a geração de lixo e poluição, a violência causada pelo deslocamento forçado de populações e pela inviabilidade da manutenção de suas atividades tradicionais, como a pesca. Todos estes problemas estão na mira da Campanha Nem um poço a mais, assim como a busca coletiva de soluções e por mudanças na vida da sociedade que, evidentemente, passam por não mais ampliar a exploração petrolífera.
Nem um poço a mais é uma campanha iniciada em encontro realizado em Vila Velha-ES em junho de 2015 e articula de modo horizontal mais de 30 organizações da sociedade civil brasileira.
JUNTE-SE À MANIFESTAÇÃO:
Realizaremos panfletagem e atividades lúdicas em frente a Escola Naval de Guerra, a partir das 8h, na Urca – Av. Pasteur, 480, Urca, Rio de Janeiro-RJ
CONHEÇA A CAMPANHA NEM UM POÇO A MAIS!
Contatos para entrevistas:
- Camila Moreno 21 99987-0137
- Joana Barros e Marcelo Calazans 21 99855-4930
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Leia a carta de lançamento da campanha:
Enviada para Combate Racismo Ambiental por Marcelo Calazans.