MG – Denúncia: PM ameaça mais uma reintegração de posse contra as famílias camponesas da Baixa Funda!

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Liga dos Camponeses Pobres do Norte de Minas e Sul da Bahia

O juiz da Vara Agrária Almeida Neves emitiu mais uma covarde decisão contra as famílias camponesas da Baixa Funda, ordenando a desocupação da área, destruição dos barracos e das roças cuidadas com tanto trabalho, suor, sacrifícios e esperanças pelos camponeses!

Um ano atrás, em dezembro de 2013, enfrentamos as mesmas ameaças e em 1º de abril desse ano as famílias foram retiradas das terras numa operação da PM. Logo após a saída da PM da região, Aulus, filho do latifundiário junto com capangas, ateou fogo em 8 barracos de famílias da área, destruindo pertences e mantimentos, ameaçando e intimidando os camponeses. Nenhuma providência foi tomada contra esses crimes!

Durante a 748º reunião da “Comissão Nacional de Combate à Violência no Campo”, realizada em 20 de novembro, onde denunciamos a omissão do Estado no assassinato de Cleomar, após inúmeras denúncias, o superintendente do INCRA-MG, Danilo Araújo, se comprometeu a buscar solução para acabar com o impasse, manifestando que iria procurar o latifundiário Thales para negociar.

Agora no dia 2 de dezembro foi realizada nova reunião do “Comitê de Crise” para discutir a desocupação da área. Os representantes dos órgãos responsáveis pela “reforma agrária” não compareceram, e a PM de forma arbitrária afirmou que cumprirá a ordem de reintegração de posse no dia 16 de dezembro, próxima 3ª feira.

Após toda farra com dinheiro público patrocinada pelo governo Dilma/PT para realizar a copa e as eleições, esse é o presente de natal destinado aos camponeses que lutam pelo direito à terra: repressão e despejo!

A tensão é grande na área e na cidade. Tensão causada pelo latifundiário e suas ameaças. Tensão causada pela omissão do INCRA e governo federal que não desapropriou a fazenda. Tensão causada pela omissão do governo estadual que não resgatou as terras devolutas griladas há muito tempo. Tensão causada pela decisão covarde do juiz da Vara Agrária de MG.

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Professora Gilvânia apoiadora da luta camponesa é ameaçada de morte a mando de latifundiários!

A professora Gilvânia, vice-diretora do CAIC, recebeu ameaças na última semana para que se afastasse da luta das famílias da Baixa Funda. Gilvânia está sendo ameaçada por defender a justa luta dos camponeses da Baixa Funda que há mais de 17 anos reivindicam as terras onde plantam e produzem.

A companheira é professora há mais de 20 anos na cidade, foi presidente do SindManga e sempre foi comprometida com a causa do povo da cidade, dos camponeses e demais trabalhadores. Há mais de 12 anos atua na CPT- Comissão Pastoral da Terra de Manga apoiando e defendendo a luta camponesa, e fazendo amplas campanhas de denuncia de todos crimes cometidos contra os camponeses.

Gilvânia afirmou que “se acham que com ameaças vão me intimidar, estão enganados, sigo mais forte que nunca”.

O agravamento do conflito na região é confirmado pelo covarde e brutal assassinato, em 22 de outubro ultimo, do coordenador político da Liga dos Camponeses Pobres do Norte de Minas e Sul da Bahia Cleomar Rodrigues de Almeida. São ameaças, ataques, perseguições e assassinatos contra os camponeses.

Convocamos todas as pessoas honestas e de bem, todos os movimentos, entidades e organizações que apoiam a luta pela terra a se posicionarem diante de mais essa ameaça.

Nossa luta é justa, são 17 anos de luta, trabalho duro, vivendo com dignidade e respeito, cuidando de seus animais e criações, comercializando a produção das roças, galinhas e porcos, no comércio da cidade de Manga e região.

Defender a posse das famílias da Baixa Funda!

Exigimos a imediata suspensão da ordem de reintegração contra as famílias camponesas da Baixa Funda!

Exigimos a imediata desapropriação da fazenda Marilândia!

Manga, Dezembro de 2014

Famílias Camponesas da Baixa Funda

Liga dos Camponeses Pobres do Norte de Minas e Sul da Bahia

Enviada para Combate Racismo Ambiental por Maria Zilah de Mattos

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