A declaração de Gilberto Carvalho vai ao encontro da Carta Aberta divulgada pela própria Dilma Rousseff dois dias antes de sua reeleição
Para o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, bastante conhecido na região do Norte Araguaia por ser o principal pivô da desintrusão da fazenda Suiá Missú, dando lugar a Terra Indígena Marãiwatsédé, o novo governo da presidente Dilma Rousseff (PT) tem que acelerar as demarcações indígenas.
Ele admitiu que o seu partido, o PT, cometeu erros nos últimos anos e disse que a legenda está fazenda uma autocrítica, “nós temos um projeto vitorioso que acaba de ser confirmado por milhões de votos. O que eu chamo de autocrítica são alguns elementos como a questão do diálogo com movimentos sociais, com a sociedade, que nós temos que aprimorar. O atendimento à demanda dos excluídos que nós temos que acelerar, eu cito a questão dos indígenas que nós temos que acelerar essa reforma agrária, entre outras coisas”, disse ele.
Carvalho é o centro do indigenismo do Governo Dilma Rousseff. O ministro, que é responsável pelo contato com os movimentos sociais, trouxe para o Governo o indigenista Paulo Maldos e sua ex-mulher, a antropóloga Marta Azevedo, que ocupou a presidência da Funai de 2012 a junho de 2013. Gilberto Carvalho e Paulo Maldos coordenaram pessoalmente as duas operações de limpeza étnica levadas a cabo pelo Governo no Mato Grosso e Maranhão.
A declaração de Gilberto Carvalho vai ao encontro da Carta Aberta divulgada pela própria Dilma Rousseff dois dias antes de sua reeleição. Na carta, Dilma se compromete a engavetar a PEC 215, fortalecer a Funai e implementar a Convenção 169 da OIT. No texto, a presidente também exalta as duas operações de limpeza étnica feitas pelo Governo sob a coordenação de Gilberto Carvalho.
O Norte Araguaia com o aceleramento de demarcações seria o principal atingido, em Santa Cruz do Xingu, por exemplo, está em estudo um projeto de ampliação de RESERVA indígena.