No dia 24 de junho a cidade de Coimbra, em Portugal, recebe o colóquio “Território, interculturalidade e bem-viver: as lutas dos povos indígenas no Brasil”. A programação inclui falas de lideranças e representantes indígenas de sete diferentes etnias brasileiras. Representando Mato Grosso do Sul, participa o advogado Terena Luiz Henrique Eloy. Ele vai fazer parte da mesa de discussões com o título “O Bem-Viver e as lutas pela terra: um debate sobre o modelo de desenvolvimento neoextrativista brasileiro”.
Luiz Henrique Eloy é advogado e atua como assessor jurídico do Conselho do Povo Terena e Conselho Aty Guasu Guarani Kaiowá. Ele é Terena da Aldeia Ipegue, em Aquidauana, interior de Mato Grosso do Sul. Formou-se em Direito na Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) e é Mestre em Desenvolvimento Local pela mesma instituição. Durante a graduação, Luiz integrou o projeto Rede de Saberes, que apoia a permanência de acadêmicos indígenas no Ensino Superior.
Nos últimos anos, com o aumento das possibilidades de entrada de indígenas nas universidades brasileiras, o principal desafio era a permanência destes indígenas no Ensino Superior. Com o objetivo de diminuir a evasão, uma iniciativa reúne quatro instituições em Mato Grosso do Sul: a UCDB por meio do Núcleo de Estudos e Pesquisas das Populações Indígenas (NEPPI), a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Viabilizado com recursos da Fundação Ford, o projeto Rede de Saberes oferece monitorias, incentivo à pesquisa e iniciação científica, laboratório de informática, suporte à participação e organização de eventos, entre outras atividades.
Evento Território, interculturalidade e bem-viver: as lutas dos povos indígenas no Brasil
O colóquio a ser realizado em Coimbra tem como objetivo traçar um estudo dos impactos socioculturais e ambientais sofridos por conta do padrão neoextrativista de desenvolvimento brasileiro, contextualizar o conflito dos povos indígenas pelo território, discutir os direitos e a mobilização das mulheres a partir da saúde indígena, refletir sobre a importância das práticas econômicas de reprodução material da vida como formas de manutenção das diferentes cosmovisões e de garantia do bem-viver e ampliar o debate sobre o sentido da saúde no âmbito da questão indígena.