Por Apdec
Carência de profissionais, infraestrutura de drenagem e iluminação precárias, falta de higiene e de espaços distintos para crianças e adolescentes, adultos, homens e mulheres. Estas foram algumas das constatações da visita feita por integrantes do Fórum Justiça Ceará, nesta sexta-feira (13), ao Abrigo Desembargador Olívio Câmara (Adoc), localizado no Antônio Bezerra.
A Adpec, que compõe a Secretaria Executiva do Fórum, foi representada por sua diretora Jurídica e de Prerrogativas, Elizabeth Chagas. Também participaram da visita Martinho Olavo Gonçalves, da Renap; Ulisses Moreira, secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Estadual (Mova-se); e Margarida Marques, da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Fortaleza (CMF).
A visita ao local foi deliberada durante a reunião do Fórum Justiça Ceará realizada no dia 7 de junho, na sede da Adpec. Um relatório feito após as observações in loco será disponibilizado aos integrantes do Fórum Justiça, para posteriores deliberações. “Fomos visitar o local para ver as condições físicas e o tratamento de crianças, adolescentes e adultos com deficiência intelectual ou transtornos mentais”, explica Elizabeth Chagas.
Mantido pelo Estado, por meio da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS), o Adoc abriga 65 adultos e 16 crianças e adolescentes. “Não existe classificação para separar os adultos das crianças, adolescentes, nem homens e mulheres”, relata a diretora da Adpec. Há apenas dois banheiros com acessibilidade que foram construídos recentemente, para a parte nova onde tem enfermaria e cozinha. “Mesmo assim, eles não estão funcionando”, comenta.
O abrigo dispõe de um psicóloga, uma fonoaudióloga, duas assistentes sociais (uma por turno), dois pedagogos, uma enfermeira, uma nutricionista, três fisioterapeutas, um psiquiatra e uma terapeuta ocupacional. “Constatamos, portanto, que é uma equipe de profissionais insuficiente para dar conta de mais de 80 abrigados”, diz Elizabeth Chagas.
O local também precisa de drenagem, pois há pontos de alagamento quando chove. Algumas alas estão sem energia elétrica, o que impossibilita, inclusive, a utilização da parte de lavanderia, que possui com maquinário novo mas não pode operar devido à falta de energia. “Faltou planejamento adequado”, lamenta a diretora da Adpec.
Ela chama atenção, ainda, para a carência de mais profissionais de serviços gerais para fazer a higienização. “Algumas alas precisam de limpeza diária constante”. Os integrantes do Fórum Justiça encontraram, ainda, celas usadas para conter adolescentes em momentos de crise. “Não é o método apropriado para lidar com os jovens em crise”, comenta Elizabeth Chagas.
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Enviada para Combate Racismo Ambiental por Rodrigo de Medeiros Silva.