Comissão Pastoral da Terra – MG
Diversas famílias de quilombolas de Brejo dos Crioulos se encontram desde hoje às 6 horas da manhã, pela segunda vez, em frente ao TJMG na Avenida Afonso Pena em Belo Horizonte aguardando a decisão do tribunal sobre o pedido de nulidade da ação impetrada contra 9 quilombolas da Comunidade de Brejo dos Crioulos. Quatro dos nove quilombolas se encontram presos já há quase dois anos, sem julgamento e sem provas.
São pobres e pretos, que por decisões preconceituosas e de uma precisão do poder judiciário no atendimento ao latifúndio, os mantêm presos. São inúmeras as vezes que esses quilombolas solicitaram aos poderes constituído seus direitos. Foram inúmeras as solicitações que essa comunidade requisitou tanto do poder executivo, quanto do legislativo e do judiciário e a elas foram negadas.
Atentados de pistoleiros, formação de milícias armadas, quilombolas feridos, quilombola esfaqueado por jagunço, quilombolas assassinado por jagunços de fazendas e nunca ninguém foi preso. Bastou num conflito agrário um pistoleiro morrer e em 15 dias o Poder Judiciário, numa manobra com a polícia e o Ministério Público, mandou prender, numa eficiência tamanha, esses 4 trabalhadores Pretos e Pobres e numa ação com dizeres e argumentações preconceituosas e já condenatórias os mantêm até hoje presos.
São quatro Pretos Pobres conhecidos de toda a comunidade, com residência fixa e como pessoas de bem. Só o servidor do latifúndio que neste quase dois anos não quer ver.
Acreditamos na Justiça Divina e temos a esperança de que a Justiça terrestre faça justiça. Por isso estamos aguardando essa decisão de hoje no TJMG e com as famílias quilombolas lá nos solidarizamos.
“Nem tudo que é legal é justo”.
Esperançosos.
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Enviada para Combate Racismo Ambiental por Ruben Siqueira.