Entrevista realizada no final do mês de abril de 2014 com professores Munduruku sobre a demissão arbitrária da prefeitura de Jacareacanga (PA). Sandro Paigo, Flávio Kaba e Antonio Saw denunciam a perseguição do poder público e a realidade das aldeias que sofrem com 4 meses sem aula.
No mês de fevereiro de 2014, 70 professores munduruku que atuavam na educação básica foram demitidos arbitrariamente pelo poder municipal. A prefeitura culpabiliza a “falta de formação” dos professores, mas despreza as resoluções nº 3 e 5 do Conselho Nacional de Educação, que garante a permanência de professores indígenas por formação de serviço.
No dia 10 de março, cerca de 70 professores decidiram trancar a Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Desporto (SEMECD) de Jacareacanga. Saíram do local sem obter resposta.
Em maio, com muitas escolas ainda sem atividades, os Munduruku decidiram, no dia 5, manifestar-se novamente. Na manhã do dia 13 aproximadamente 500 garimpeiros, comerciantes e membros do Poder Público, incluindo o próprio secretário de assuntos indígenas da cidade, atacaram 20 Munduruku na manhã desta terça, 13, durante ação contra a presença dos indígenas no município. Dois Munduruku acabaram feridos nas pernas depois de atingidos por rojões lançados pelos manifestantes anti-indígenas.
Os Munduruku seguem lutando pelos seus direitos e pelo seu território.
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