Maria do Rosário alerta sobre o racismo institucional, que deixou 16 dias na cadeia uma pessoa presa em flagrante quando não havia o flagrante e lembra que existem 200 mil casos de detenção provisória sem julgamento no Brasil
A ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), Maria do Rosário, classificou como “uma série de violências” as ações da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio (MP-RJ) pela prisão indevida do ator Vinícius Romão de Souza, de 27 anos. Ele ficou 16 dias detido, após ser acusado injustamente de ter roubado a bolsa de uma mulher na Rua Amaro Cavalcanti, no Méier, zona norte do Rio.
“A situação do Vinícius demonstra uma serie de violências praticadas contra ele, que foi acusado injustamente, preso injustamente e agora colocado em liberdade. O caso é grave porque ele foi apontado como preso em flagrante e não havia o flagrante, porque ele não foi responsável por aquilo pelo que foi imputado”, afirmou Rosário no lançamento da Campanha Nacional de Carnaval pelo Fim da Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes.
“Erra a polícia, o MPRJ, as instituições e o Estado, o que me inclui. Todas estas instituições apontaram o dedo acusando um negro, que não teve condições de ser ouvido e demonstrar que não era ele. Isso demonstra, provavelmente, uma situação também de racismo institucional, que nós não podemos aceitar no Brasil”. A ministra lembrou que, assim como Romão, no Brasil existem 200 mil pessoas presas em situação provisória, sem julgamento.
A Campanha pelo Fim da Violência, segundo Rosário, é uma preparação para a Copa do Mundo e para os grandes eventos que o país vai receber. “Essa será a Copa contra o racismo e pela paz, segundo as palavras da presidenta Dilma” (Rousseff).
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Enviada para Combate Racismo Ambiental por José Carlos.