Aumentos nas contas de luz da população brasileira podem chegar até 30% no próximo ano.
MAB – Os prováveis aumentos estão sendo ocasionados pela especulação articulada pelas empresas privadas e estatais governadas pelo PSDB de MG, SP e PR. Enquanto usinas hidrelétricas da estatal federal Eletrobrás estão vendendo energia a R$ 32,89/1.000 kW, as empresas privadas e as tucanas estão vendendo os mesmos 1.000 kW pelo absurdo de R$ 822,83. Uma verdadeira rapinagem. O custo alto da energia será transferido em forma de futuros aumentos nas contas de luz da população nos próximos reajustes tarifários.
A decisão de empresas privadas e das estatais do PSDB (Cemig, Copel Cesp) de não renovar suas concessões fez com que as empresas distribuidoras ficassem sem contratos de compra de energia de longo prazo em cerca de 7% de suas necessidades. Isto obriga as distribuidoras a comprar esta eletricidade no chamado “mercado de curto prazo”. São cerca de 3.500 MW que são comprados pelas distribuidoras ao preço R$ 822,83 por MW.
Este golpe sobre a população brasileira está custando cerca de R$ 70 milhões por dia. Se esta política de preços seguir o ano todo, o custo ao povo brasileiro poderá chegar a R$ 25 bilhões. Fato que pode levar ao aumento médio de 31% na tarifa de eletricidade para consumidores cativos, onde estão as residências e a pequena e média indústria. Caso a tarifa desta fatia de energia fique um pouco abaixo, em cerca de R$ 500,00/1.000 kWh, o aumento médio nas contas seria de 18%. Portanto, os futuros aumentos poderão ficar entre 18 e 31%.
Para garantir o recebimento dessa dinheirama, as empresas reivindicam novos aumentos ou dinheiro do tesouro nacional para cobrir o rombo.
Para chantagear o governo federal, as empresas estão criando um clima de caos no setor que vem sendo propagado pela grande imprensa e “especialistas” de plantão, dizendo que há risco de racionamento e, como 2014 é um ano eleitoral, estas práticas tendem a se intensificar.
Não podemos esquecer que as altas tarifas, baixa qualidade do serviço e o cenário de novos aumentos é resultado de um modelo energético criado nos anos 90 que se mantém até hoje controlado pelas empresas privadas. Estas empresas são as principais responsáveis por esse modelo se sustentar até os dias atuais, já que além de controlar as usinas e as distribuidoras de energia, controlam as instituições políticas de energia criadas no âmbito do modelo privatista, como a Agencia Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e Operador Nacional do Sistema (ONS).
O MAB – Movimento dos Atingidos por Barragens – denúncia os governadores do PSDB e as empresas privadas que estão colocando em prática uma ampla articulação para evitar controle de preços e manter as tarifas brasileiras em patamares internacionais para garantir taxas de lucros extraordinárias. A tentativa de aumentar tarifas e criar um clima de escassez permanente no setor elétrico nacional é parte de uma reação iniciada no final de 2012, quando o governo federal iniciou um processo de controle dos preços e redução das tarifas.
Estas práticas no setor elétrico nacional é uma agressão ao povo brasileiro, que terá que arcar com novos aumentos e ameaças constantes de apagões para justificar a especulação.
Alertamos a população e convocamos a se envolver nas lutas para impedir os novos aumentos nas contas de luz.
Água e energia, com soberania, distribuição da riqueza e controle popular!