TV UOL – No ano em que o golpe militar completa 50 anos, o Metrópolis recebe o escritor Marcelo Rubens Paiva e o historiador Marcos Napolitano para um debate sobre esse momento histórico.
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Enviada para Combate Racismo Ambiental por José Carlos.
Os 13 operários vieram da Bahia para a cidade mineira com a promessa de dinheiro e melhores condições de trabalho
Na manhã desta terça-feira (18) a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores de BH e Região (STICBH-Marreta) denunciou uma obra em Sete Lagoas, na região Central do Estado, onde 13 trabalhadores nordestinos eram mantidos em condições de trabalho semelhantes a escravidão.
Segundo o diretor do Marreta, Vilson Valdez, os trabalhadores foram aliciados na Bahia. Eles são das cidades de Santo Antônio de Jesus, Ipirá e Salvador, e teriam recebido as passagens de um grupo de comerciantes de Sete Lagoas sob a promessa de dinheiro e boas condições de trabalho. (mais…)
Por Adriana Caitano, Diego Abreu, Simone Kafruni, em EM
Brasília – O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu uma liminar definindo que a Câmara dos Deputados e o Senado Federal devem voltar a pagar as remunerações que ultrapassam o teto constitucional, de R$ 29,4 mil, a todos os servidores que tiveram o benefício suspenso em outubro, após determinação do Tribunal de Contas da União (TCU). A decisão do ministro foi tomada no sábado, mas as duas Casas do Congresso só foram notificadas nessa terça-feira.
A nova liminar foi concedida em favor do Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e do Tribunal de Contas (Sindilegis), que reclamou direitos iguais para todos os funcionários após Marco Aurélio ter permitido, também por meio de liminar, em dezembro de 2013, que um servidor da Câmara dos Deputados continuasse recebendo supersalário. O servidor alegou ter tido muitos prejuízos, porque teria tomado três empréstimos consignados com base em seus vencimentos, que eram de R$ 34.759,29 mensais. Ele argumentou ainda que não teve o direito de se defender antes de a medida ser tomada. O ministro concordou e, na semana passada, repetiu a decisão provisória em favor da Associação dos Consultores Legislativos e de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados (Aslegis). (mais…)
Janeiro de 2006. É final de tarde na turbulenta Caracas. O bar próximo ao imponente teatro Tereza Carreño fervilha de gente atrás das famosas “arepas”, um sanduíche típico do país feito com milho moído. Ali encontramos Rosália, prostituta, mãe de três filhos já grandes. Espera a hora para entrar no teatro, coisa que iria fazer pela primeira vez, junto com mais duas amigas. Iam ver uma exposição de fotos sobre mulheres caraquenhas, promovida pelo governo venezuelano. “Nós nunca tivemos acesso à nada por aqui. Agora, com Chávez, temos. Podemos ir ao teatro, ler – os livros são distribuídos de graça – e nós mesmos criar cultura. Imagina quando que uma mulher como eu, antes, iria entrar no Tereza Carreño?” Rosália, assim como as amigas que bebericam uma cerveja, morreriam por Chávez. Fazem parte daquele grupo de pessoas que sempre foi invisível na grande cidade, e que, naqueles dias, no auge da revolução bolivariana, se sentiam protagonistas da sua história. “A gente trabalha na missão Barrio Adentro, temos de trabalhar para ajudar o país. Chávez convocou e a gente vai”. As missões são a forma de organização com a qual a população Venezuela conseguiu ir se encarnando na vida das gentes.
Do outro lado da cidade, no bairro de Altamira, a realidade parece ser completamente outra. É o centro da vida da elite caraquenha, reduto da riqueza. Ali as ruas são vazias, não há o burburinho das zonas populares, proliferam os prédios e os esterilizados centros de compras. As mulheres que circulam bem vestidas e maquiadas são bem diferentes de Rosália. Nunca foram barradas no teatro mais importante da capital e tampouco, hoje, participam das missões para melhorar o país. Fazem parte do grupo dos “esquálidos”, oposição ao governo. Em alguns lugares até é possível ver a bandeira dos Estados Unidos tremulando, numa mensagem bem clara sobre quem eles admiram. Não querem saber de Chávez e de seus planos de tornar a Venezuela soberana. (mais…)
Casas de madeirite. Grupos de trabalho, mutirões e assembleias. Como lutam e vivem 30 mil pessoas que ocuparam terreno gigante em S.Paulo
Por Isabel Harari e Roberto Oliveira, da Agência Vaidapé, em Outras Palavras | Fotos: Victor Santos
Clodoaldo Santos Costa acorda todos os dias às 7h e sai para buscar água para a cozinha coletiva do G3, maior grupo, com mais de mil barracos, da ocupação Vila Nova Palestina. Sem isso, não há café da manhã. Quando ele volta com o primeiro dos quase 20 galões que carrega às costas todo dia, as cozinheiras já o esperam, limpando e organizando o refeitório, prontas para colocar a água no fogo e preparar o café que, com bolachas e o pão com manteiga doado por um padeiro da vizinhança, ajudam a acordar e sustentar os trabalhadores que saem à labuta diária.
“Aqui se aprende a lutar por nós e pelos outros também”, afirma Clodoaldo, que há mais de dez anos vive de aluguel e aprendeu com seu cunhado que é possível conquistar a casa própria através dos movimentos sociais. “Aqui não tem vitória sem luta”, ele garante. Clodoaldo deixou mulher e filhos para viver na ocupação, em busca da casa própria. Com frequência, a família o visita e participa das atividades do acampamento. (mais…)
Ao unirem três etnias da ex-Iugoslávia, protestos retomam projeto emancipatória e revelam: é possível enfrentar onda de fundamentalismo que atravessa o planeta
Por Slavoj Zizek, Guardian | Tradução: Vila Vudu, Outras Palavras
Semana passada, cidades queimavam,[1] na Bósnia-Herzegovina. Tudo começou em Tuzla, cidade de maioria muçulmana. Os protestos então se espalharam até a capital, Sarajevo, e Zenica, mas também até Mostar, onde vive largo segmento da população croata, e Banja Luka, capital da parte sérvia da Bósnia. Milhares de manifestantes furiosos ocuparam e incendiaram prédios públicos. Embora a situação já tenha se acalmado, persiste no ar uma atmosfera de alta tensão.
Os eventos fizeram surgir teorias da conspiração (por exemplo, que o governo sérvio teria organizado os protestos para derrubar o governo bósnio), mas é preciso ignorá-las firmemente, porque, haja o que houver por trás das manifestações, o desespero dos manifestantes é autêntico. Fica-se tentado a parafrasear aqui a famosa frase de Mao Tse Tung: há caos na Bósnia, a situação é excelente![2] (mais…)