Os 13 operários vieram da Bahia para a cidade mineira com a promessa de dinheiro e melhores condições de trabalho
Na manhã desta terça-feira (18) a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores de BH e Região (STICBH-Marreta) denunciou uma obra em Sete Lagoas, na região Central do Estado, onde 13 trabalhadores nordestinos eram mantidos em condições de trabalho semelhantes a escravidão.
Segundo o diretor do Marreta, Vilson Valdez, os trabalhadores foram aliciados na Bahia. Eles são das cidades de Santo Antônio de Jesus, Ipirá e Salvador, e teriam recebido as passagens de um grupo de comerciantes de Sete Lagoas sob a promessa de dinheiro e boas condições de trabalho.
Os operários que trabalhavam em um canteiro de obras no centro da cidade viviam em um alojamento precário, ao lado de onde trabalhavam, e dormiam em camas improvisadas com sobras do material da construção em um quarto que dividiam, de 5X4 metros. A alimentação destinada a eles também não era adequada e, em muitos dias, faltava.
O Ministério do Trabalho e Emprego de Minas Gerais (MTE-MG) foi acionado pelo sindicato para realizar o resgate dos trabalhadores. O coordenador do projeto Combate ao Trabalho Análogo ao de Escravo Marcelo Campos informou que a fiscalização do órgão foi ao local na tarde desta terça e constatou a veracidade da denúncia. A obra será interditada devido à irregularidades.
De acordo com Campos, o empregador já foi notificado e deve providenciar hospedagem para os trabalhadores até o prazo máximo para que a verba rescisória seja liberada, que é sexta-feira (21). Esta também é a data limite para que os trabalhadores sejam encaminhados de volta para a Bahia. Serão emitidas guias de seguro-desemprego para os operários, que terão direito a três parcelas de um salário mínimo.
Ao fim do processo, segundo Campos, o MTE-MG deve produzir um relatório que será encaminhado ao Ministério Público do Trabalho e também ao Ministério Público Federal.
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Enviada para Combate Racismo Ambiental por José Carlos.