O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) convoca e anima todas as entidades, organizações, pastorais, redes, ativistas e movimentos sociais a se somarem nas mobilizações que marcarão o Dia Internacional de Luta Contra as Barragens, pelos Rios, pela Água e pela Vida, na jornada do dia 14 de março de 2014.
Mesmo neste momento de crise do atual sistema, o capital continua se apropriando dos recursos naturais e do trabalho dos trabalhadores através do setor elétrico. Na verdade, a energia se tornou um elemento central na lógica da retomada da produção e apropriação capitalista. Atualmente, toda a cadeia produtiva da energia (construção de hidrelétricas, geração, transmissão e distribuição) se transformou em fonte de elevada lucratividade e de intensa disputa.
As corporações internacionais estão se utilizando de forma cada vez mais recorrente de recursos públicos, colocando o estado a seu serviço. Com isso, a nova forma de privatização, via parcerias público-privadas, está assaltando nossos recursos naturais de base produtiva abundante.
Neste ano, eleições presidenciais ocorrerão em diversos países, inclusive no Brasil. Neste cenário, essas mesmas corporações acabam definindo muitas vezes os resultados políticos ou promovendo golpes em nossos países, com o objetivo de enfraquecer nossa força própria através da criminalização do protesto e das lutas históricas de resistência.
Por isso, devemos mais do que nunca nos manter firmes e organizados para dar continuidade na luta local, nacional e internacional, organizando os atingidos por barragens, os trabalhadores da energia, e toda a classe trabalhadora.
Nos últimos períodos, sentimos o crescimento e aumento de lutas nacionais em vários países, na luta contra a violação dos direitos humanos, principalmente no que se refere aos atingidos por barragens. O Peru, país com o segundo potencial hídrico da América Latina, receberá este ano a vigésima Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas, que antecederá a COP-21, na qual os países definirão novas regras para um acordo global sobre o clima.
Para o capital este é um país como grande extensão territorial a ser explorado e, por isso, temos que estar presentes e nos organizar para fazermos nossas denuncias e mobilizações que chamem a atenção da sociedade mundial.
O dia 14 de março é o momento das populações atingidas por barragens de todo o mundo denunciarem o modelo energético que historicamente tem causado graves consequências sociais, econômicas, culturais e ambientais.
Está em nossas mãos a tarefa de construir um novo projeto energético popular, onde a água e a energia não sejam mercadorias e a riqueza gerada esteja sobre o controle popular.
Buena jornada de lucha para todos y todas!