Tania Pacheco para Combate ao Racismo Ambiental
Hoje pela manhã dei uma olhada no Facebook e estava rolando um filme chamado “Vale dos Esquecidos”, que seria a história de Suiá Missu. A pessoa que o compartilhava deve ter pensado estar homenageando os Xavante e a retomada de Maraiwatsédé, e decidi separá-lo para dar uma olhada e ver se seria o caso de publicar no Blog. Só que antes, como sempre faço (exceto quando já vi), fui deixando o filme rolando, meio que vendo, meio que ouvindo.
O vídeo é da Globosat, mas com uma série de patrocinadores, inclusive a Ancine. Começa mostrando uma aldeia Xavante da atualidade, mas logo em seguida apresenta a fala pausada e simpática de um senhor, Dario Carneiro, ex-administrador da Suiá Missu. Nessa primeira participação (ele aparecerá novamente), ele conta da vontade que tinha de viver num lugar como era a terra quando ele chegou, mostrando fotos e gravações da década de 1960, inclusive do Cacique Damião aos seis anos.
Dom Pedro Casaldáliga é o próximo depoente, logicamente se pronunciando em defesa dos indígenas e legitimando de certa forma o filme. Uma rápida passagem por um jornal da época da ditadura militar elucida a visão que o governo tinha da Amazônia e de seus habitantes originários, na ocasião. Na volta à atualidade, temos um simpático fazendeiro estadunidense, John Carter, que se apaixonou pela região e para lá se mudou, preservando a floresta, criando gado e se relacionando bem com sem terras e indígenas…
Se antes eu estava pensando em postar o vídeo, decidi parar o que estava fazendo e prestar atenção a ele. E comecei a perceber a “isenção” do trabalho.
Como sou teimosa, fui, ainda, até os 34 minutos, chegando a ver o irmão de um ex-prefeito primeiro confessar a invasão planejada do território indígena; depois, acusar os Xavante como responsáveis pelas queimadas. Entre uma cena e outra, o Cacique Damião zangado, dizendo que não sairiam da terra que era deles.
Achei que chegava, mas, como além de teimosa sou obsessiva, decidi visitar o blog responsável pela postagem: Francoorp. E aí qualquer dúvida restante acabou: bem no meio da página, com total destaque, um pedido de assinatura para uma petição: “Eu quero Belo Monte”, com direito ao vídeo “Tempestade em copo d’água”.
Quem quiser dar um passeio por lá descobrirá muito mais. Para mim foi o suficiente.
A falta de respeito aos povos indígenas e suas terras é algo monstruoso…Uma total sacanagem com esses que são os primeiros habitantes e deveriam ser respeitados e garantida suas posses na terra que vivem e se alimentam … A ganância desenfreada é o principal motivo de quererem o extermínio desses povos … Só esquecem que existe Deus e que o que for plantado é o que será colhido !!!