“Nossos sentimentos pela perda do camarada Márcio, estudante marxista que defenderia sua tese de doutorado em sociologia em pouco mais de um mês. Prestamos nossa total solidariedade a todos aqueles que o conheceram. Certamente deixará muita saudade aos amigos, familiares e aqueles que militaram com ele.
Márcio era ativista do movimento estudantil, primeiro na Unesp de Marília e depois na Unicamp, além de ser militante LGBT e membro da Frente Pró-Cotas da Unicamp.
No ME, era pessoa indignada com as injustiças contra a classe trabalhadora e a juventude. Sempre participou ativamente do movimento de moradia, pois tinha ciência que os estudantes que ali estavam eram aqueles que tinham maior dificuldade de acesso ao ensino superior. Sem casa e políticas públicas sérias de permanência estudantil, os filhos da classe trabalhadora como ele não poderiam se manter na Universidade.
Enquanto homossexual e ativista LGBT, militava para que todos saíssem do armário e pudessem se expressar livremente na Unicamp. Como ele costumava dizer, a mera convivência entre os LGBTs era uma grande arma contra a sociedade homofóbica que nega a eles o próprio direito à existência. Não nos esqueceremos de como ele era divertido e livre em sua maneira de ser.
Devido a uma das lutas na moradia da Unicamp, Márcio recebeu a notícia que a reitoria abriu um processo administrativo disciplinar contra ele e outros alunos. O medo de perder sua casa na moradia, sua bolsa ou até mesmo todo o doutorado era grande, o que agravou o quadro de grave depressão que Márcio já vinha apresentando. Mesmo informada da situação desesperada que ele se encontrava a partir de comprovação médica, a reitoria da Unicamp suspendeu-o por seis meses.
Além de várias dificuldades em que Márcio se encontrava, por ser homossexual, ele também era alvo de homofobia. A homofobia mata de várias formas.
Perdemos um jovem lutador, mais uma vítima das consequências nefastas das relações alienadas de opressão e exploração. A nós, socialistas, resta a luta por uma sociedade diferente, sem opressão ou qualquer tipo de alienação, que revolucione as relações humanas e que torne a vida digna de ser plenamente vivida. Uma sociedade em que todos sejam livres e que tenham direito à existência”.
“A vida é bela. Que as gerações futuras a limpem de todo o mal, de toda opressão, de toda violência e possam gozá-la plenamente.” – Trotsky
Márcio, presente!
Juventude do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado
Movimento Mães de Maio assinamos embaixo!
#FORÇA E PAZ À FAMÍLIA E AMIG@S!!!
eu não conhecia o Márcio homossexual… conhecia o Márcio. Um jovem de grande valia, inteligente, educado e muito carente de amor, que dividiu com nossa familia ao se hospedar um dia aqui. Pena, Márcio, seu livro teria muitas páginas, que repentinamente, você apagou. Mas, o que estava escrito ficará para sempre e me honro de ser mãe adotiva de lindo rapaz que se foi. Deus o receba de braços abertos, sei que Ele não tem preconceito e sim os homens que se dizem representá-Lo. Amo vc.
Como ele morreu? Não tem na nota.