“Nota de solidariedade aos camaradas, amigos e familiares de Márcio Ricardo de Carvalho”

“Nossos sentimentos pela perda do camarada Márcio, estudante marxista que defenderia sua tese de doutorado em sociologia em pouco mais de um mês. Prestamos nossa total solidariedade a todos aqueles que o conheceram. Certamente deixará muita saudade aos amigos, familiares e aqueles que militaram com ele.

Márcio era ativista do movimento estudantil, primeiro na Unesp de Marília e depois na Unicamp, além de ser militante LGBT e membro da Frente Pró-Cotas da Unicamp.

No ME, era pessoa indignada com as injustiças contra a classe trabalhadora e a juventude. Sempre participou ativamente do movimento de moradia, pois tinha ciência que os estudantes que ali estavam eram aqueles que tinham maior dificuldade de acesso ao ensino superior. Sem casa e políticas públicas sérias de permanência estudantil, os filhos da classe trabalhadora como ele não poderiam se manter na Universidade.

Enquanto homossexual e ativista LGBT, militava para que todos saíssem do armário e pudessem se expressar livremente na Unicamp. Como ele costumava dizer, a mera convivência entre os LGBTs era uma grande arma contra a sociedade homofóbica que nega a eles o próprio direito à existência. Não nos esqueceremos de como ele era divertido e livre em sua maneira de ser.
Devido a uma das lutas na moradia da Unicamp, Márcio recebeu a notícia que a reitoria abriu um processo administrativo disciplinar contra ele e outros alunos. O medo de perder sua casa na moradia, sua bolsa ou até mesmo todo o doutorado era grande, o que agravou o quadro de grave depressão que Márcio já vinha apresentando. Mesmo informada da situação desesperada que ele se encontrava a partir de comprovação médica, a reitoria da Unicamp suspendeu-o por seis meses.

Além de várias dificuldades em que Márcio se encontrava, por ser homossexual, ele também era alvo de homofobia. A homofobia mata de várias formas.

Perdemos um jovem lutador, mais uma vítima das consequências nefastas das relações alienadas de opressão e exploração. A nós, socialistas, resta a luta por uma sociedade diferente, sem opressão ou qualquer tipo de alienação, que revolucione as relações humanas e que torne a vida digna de ser plenamente vivida. Uma sociedade em que todos sejam livres e que tenham direito à existência”.

“A vida é bela. Que as gerações futuras a limpem de todo o mal, de toda opressão, de toda violência e possam gozá-la plenamente.” – Trotsky

Márcio, presente!

Juventude do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado

Movimento Mães de Maio assinamos embaixo!

#FORÇA E PAZ À FAMÍLIA E AMIG@S!!!

Comments (2)

  1. eu não conhecia o Márcio homossexual… conhecia o Márcio. Um jovem de grande valia, inteligente, educado e muito carente de amor, que dividiu com nossa familia ao se hospedar um dia aqui. Pena, Márcio, seu livro teria muitas páginas, que repentinamente, você apagou. Mas, o que estava escrito ficará para sempre e me honro de ser mãe adotiva de lindo rapaz que se foi. Deus o receba de braços abertos, sei que Ele não tem preconceito e sim os homens que se dizem representá-Lo. Amo vc.

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