Desfile contra o preconceito vai marcar Dia das Prostitutas em BH

Será realizado o 1º Miss Prostituta da capital mineira, mais uma iniciativa das profissionais do sexo para a legalização da profissão

Fátima de Oliveira – Aqui

O Dia das Prostitutas foi comemorado no último dia 2, mas a categoria em Belo Horizonte, Região Central do estado, que reúne cerca de 80 mil profissionais do sexo, decidiu fechar o mês com um evento inédito: o 1º Miss Prostituta, que será disputado amanhã, no Shopping Uai, no Hipercentro da cidade, próximo à Rua Guaicurus, local onde reside e trabalha boa parte das mulheres.

O objetivo é uma antiga reivindicação e pela qual a categoria tem feito várias manifestações: o fim do preconceito contra a considerada mais antiga profissão da história. Para isso, 30 candidatas se preparam para desfilar para um público estimado em mais de 30 mil pessoas, segundo as organizadoras.

No concurso será lançado também o Dia Nacional sem Preconceito. As atividades começam ao meio-dia com término previsto para as 22 horas. As concorrentes usarão roupas casuais, íntimas e fantasias, sobre um tapete vermelho. A presidente da Associação das Prostitutas de Minas Gerais (Aprosmig), Maria Aparecida Vieira (Cida), avisa que a luta é pela igualdade de direitos: “Não se trata de um concurso de beleza. É um ato político em prol de direitos e cidadania”, afirma.

Segundo Maria Aparecida, o concurso é mais uma forma de lutar pela legalidade da profissão. A atividade deixou de ser considerada crime no Brasil, mas não foi regulamentada. “Temos que exigir nossos direitos e acabar com a violência e a tortura psicológica que muitas de nós sofrem”, argumenta Maria Aparecida, comentando que as 30 participantes, com idade entre 18 e 50 anos , vão ganhar um prêmio pela coragem de desfilar. “Vamos eleger a mais simpática, a que demonstrar mais autoestima e mais empenho na luta pelos direitos da categoria”, adianta.

Seleção

As 30 modelos inscritas foram selecionadas em boates, ruas e demais áreas de atuação. O júri terá representantes da Associação das Lésbicas de Minas Gerais, um desembargador, um delegado e um técnico da Rede Brasileira de Prostitutas (RBP). “Não vou concorrer, ainda trabalho escondida de minha família. Mas esta é uma proposta brilhante e vou lá para torcer. Afinal, nossa profissão não é mais proibida, mas tem que ser reconhecida e antes disso sermos respeitadas”, declarou Ana Maria, que prefere não dar o nome completo, “justamente por causa do preconceito”.

A maioria das participantes acredita que a luta pelo fim do preconceito está dando seus passos e que a iniciativa venha contribuir para uma maior aceitação das profissionais do sexo, que hoje conseguem sair de seus locais fechados de trabalho e se mostrar. “Nossas demandas são muitas, não podemos mais ficar somente fechadas em quartos íntimos. Temos que encarar nossa realidade e pedir, sobretudo, o fim da violência contra a nossa profissão”, comenta Conceição Fernandes, a Fê, 26 anos, que está trabalha há quatro anos.

Enviada por José Carlos para Combate ao Racismo Ambiental.

http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2012/09/28/interna_gerais,320192/desfile-contra-o-preconceito-vai-marcar-dia-das-prostitutas-em-bh.shtml#.UGX_6SxM0XA.gmail

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