MG – Denúncia de tortura em presídio na Zona da Mata

Tortura contra detentos que não compactuam com o trânsito de itens ilegais no presídio

Renata Miranda – Do Hoje em Dia

JUIZ DE FORA – “Quando eu leio o que está escrito aí, entro em desespero. Tenho até medo de pensar que meu filho pode morrer a qualquer momento”. A declaração é da aposentada Olga (nome fictício), ao manifestar o que sente ao ver as cartas escritas pelo filho, que cumpre pena na Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires, em Juiz de Fora, na Zona da Mata.

Segundo ela, o conteúdo revela uma situação comum dentro do presídio: maus-tratos por parte de agentes carcerários aos presos que não colaboram com o trânsito de itens ilegais.

Drama

A última carta foi postada há pouco mais de um mês, no dia 6 de agosto. O texto saiu da penitenciária pelas mãos de outra mãe, escondido.

Na primeira linha, o preso Pedro (nome fictício) relata ter sido espancado. “Mãe, estou sendo muito humilhado aqui dentro. Apanhei na cara, algemado”. Em outro trecho, ele detalha outras punições. “Me tiraram para fora (sic) e bateram muito. Mãe, estou cansado de sofrer. (É) Tiro de borracha e banho de pimenta”, denuncia.

Pedro é reincidente e cumpre pena de três anos por ter roubado um celular. A mãe reconhece os erros do filho. “Eu sei que ele errou, mas não precisava passar por isso. Ele está na penitenciária para pagar pelo crime”.

CORRUPÇÃO

Segundo Olga, a represália é aplicada porque o filho não aceita fazer o papel de “bucha”. Na gíria dos detentos, trata-se de um guardião de celular e drogas no presídio.

A mulher conta que agentes penitenciários facilitam a entrada de quase tudo na unidade. “A gente que é parente passa por uma revista rigorosa. Tem agente que recebe até R$ 2.500 para entrar com droga”.

Enviada por José Carlos para Combate ao Racismo Ambiental.

http://www.hojeemdia.com.br/minas/denuncia-de-tortura-em-presidio-na-zona-da-mata-1.32457

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