Povos indígenas presentes na Marcha dos Povos em defesa dos bens comuns

Por Convergência de Comunicação da Cúpula dos Povos – Coorednação Andina de Organizações Indígenas (Caoi)

Centenas de indígenas concentraram-se no centro de Rio de Janeiro para encontrar-se com os diferentes grupos que se mobilizaram ontem (20) na grande marcha dos povos em defesa dos bens comuns e contra a mercantilización da Mãe Terra.

As vozes foram diferentes e diversas: homens, mulheres, jovens, trabalhadores, indígenas uniram-se numa única voz para denunciar o modelo capitalista hegemônico que está mercantilizando os bens comuns, em especial os que se encontram nos territórios indígenas.

Alberto Achito, indígena emberá da Colômbia, dirigente da Organização Nacional Indígena da Colômbia (Onic), integrante da Caoi, manifestou que os presidentes que se encontram em Rio+20 não levam em conta as vozes do povo. “O presidente Santos tem um modelo energético extrativista e fala dos objetivos do milênio. Não lhe interessa o que o povo precisa, só as concessões mineiras, se levar os resguardos indígenas, o água e nos despojar de tudo”, denunciou. (mais…)

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Rio+20: fim de um modelo?

 por Raquel Rolnik

Enquanto todos esperam — com ceticismo — que seja batido o martelo sobre o documento final da Rio+20, chamo a atenção para um ponto importante que pouco tem sido discutido: a questão urbana. A versão que está circulando do texto final da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável agregou um pouco mais de conteúdo sobre esta questão em comparação com o texto base, que tocava no tema apenas em um ponto, enunciando, de forma genérica, “a necessidade de integrar a política de desenvolvimento urbano sustentável como componente fundamental de uma política nacional de desenvolvimento sustentável.”

Mesmo assim, a formulação atual afirma a necessidade de planejar o desenvolvimento urbano  na direção de melhorar a qualidade dos assentamentos humanos, enfatizando o tema da mobilidade, da infraestrutura, entre outros, mas em nenhum momento estabelece qualquer tipo de meta ou estratégia para alcançar estes  desejos…

É fundamental lembrar que mais da metade da população do mundo vive em cidades e que estas são uma das grandes responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa, responsáveis pelas mudanças climáticas. Será a população urbana, residente em grandes cidades, especialmente no litoral e nas margens de rios, a mais afetada por desastres causados por estas mudanças? Foi pensando nisso que o C40, uma articulação de prefeitos de metrópoles de todo o mundo, resolveu construir um documento específico sobre as metas que as metrópoles devem atingir para reduzir a emissão de gases de efeito estufa e, assim, combater o aquecimento global. Entretanto, há uma assimetria muito grande do que significa melhorar a qualidade ambiental e enfrentar as mudanças climáticas para os países ricos e para os países pobres. (mais…)

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Confira os documentos produzidos nas plenárias da Cúpula

Sínteses das plenárias ocorridas nos dias 17 e 18 já estão disponíveis

Na última terça-feira (19) à tarde aconteceu a primeira Assembleia dos Povos, onde foram apresentadas as sínteses das cinco plenárias de convergência realizadas nos dias 17 e 18 de junho. Na Assembleia, foram apontadas as causas estruturais para as crises que o mundo enfrenta e as falsas soluções propostas pelos governos e corporações para resolver questões como aquecimento global, pobreza, fome, desigualdade social e direitos humanos.

Para ler os documentos na íntegra, que servirão de base para a construção do documento final da Cúpula dos Povos, basta clicar sobre os ícones de cada plenária.

Plenária 1: Direitos, por justiça social e ambiental

Plenária 2: Defesa dos bens comuns contra a mercantilização

Plenária 3: Soberania alimentar

Plenária 4: energia e indústrias extrativas

Plenária 5: Trabalho — por uma outra economia e novos paradigmas de sociedade

Você pode ler a matéria sobre a primeira Assembleia dos povos, realizada no último dia 19, aqui.

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Via Campesina: Cúpula dos Povos leva 80 mil às ruas por justiça social e ambiental

por Rafael Soriano, do MST/Via Campesina

Mais de 80 mil homens e mulheres formaram um mar de pessoas que, organizadas, cobriram a avenida Rio Branco no Centro do Rio de Janeiro, desde a Candelária até a Cinelândia. A mobilização global convocada pelo Grupo de Articulação da Cúpula dos Povos e engrossada por diversos movimentos e pela população do Rio de Janeiro foi o marco do levantar das vozes dos povos de todo o mundo contra o teatro barato encenado na conferência oficial, a Rio+20, por chefes de Estado e grandes corporações, incapazes de promover justiça social e ambiental.

Num chamado à unidade de toda a classe trabalhadora mundial, o dirigente da Via Campesina, João Pedro Stédile, convocou o grande contingente a um pacto histórico: “propomos o pacto do Rio de Janeiro dos povos em luta, para que voltemos para nossos locais de origem e façamos todos os dias lutas contra os inimigos certos”. Stédile alerta para o mundo que os grandes poluidores, usurpadores dos recursos naturais dos povos, que destroem a vida na Terra, tem “nome e sobrenome, é o capitalismo, as grandes transnacionais, Monsanto, Cargil, os bancos!”

O líder Sem Terra alerta para o momento em que vivemos, de capitalismo em crise, quando os capitalistas ficam mais gananciosos. “Avançam para querer se apoderar dos recursos do mundo, para se protegerem da crise e, em seguida, com a privatização da terra, água e até do ar (com os créditos de carbono), poderem retomar seus ciclos de usurpação”, explicou. No entanto, frente a um contingente jamais visto em lutas nas ruas do país desde 1989, deixou a esperança de que novos tempos podem estar se anunciando, no qual os povos, “cansados das políticas do neoliberalismo, caminham por suas próprias pernas”. (mais…)

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Aberta segunda fase de inscrições individuais para a Cúpula

Devido à grande procura, resolvemos abrir uma segunda fase de inscrições individuais para a Cúpula dos Povos. Você pode se inscrever para receber o certificado de participação até dia 23 (sábado).

Lembramos que o território da Cúpula é aberto. As inscrições são uma forma de apoio ao evento e também a única forma de conseguir o certificado de participação. Os certificados serão enviados por e-mail nos próximos dias.

Como se inscrever
Vinculamos as inscrições individuais ao Catarse, um site de financiamento coletivo de projetos independentes. Funciona assim: basta entrar no projeto da Cúpula dos Povos, assistir ao vídeo de divulgação, ler o texto de apresentação e clicar no botão “quero apoiar este projeto”. O valor mínimo das inscrições é de R$ 10, e você pode escolher uma das recompensas disponíveis por apoiar a Cúpula. Uma delas é justamente o certificado de participação. Se você escolher essa opção, receberá um e-mail com o certificado em no máximo dois dias. (mais…)

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Confronto entre segurança privada e sem-terra no Pará deixa 16 feridos

Durante ato realizado por sem-terra na fazenda Cedro, em Marabá (PA), do banqueiro Daniel Dantas, a segurança privada da propriedade abriu fogo contra os manifestantes e feriu 16 pessoas  – quatro delas estão em estado grave, inclusive uma criança.

A manifestação, organizada desde ontem (20) pela Via Campesina como parte do Dia de Ação Global da Cúpula dos Povos, concentrou cerca de mil pessoas contra desmatamento ilegal, grilagem de terras públicas, violência contra trabalhadores e uso de agrotóxicos. A fazenda Cedro é propriedade da Agropecuária Santa Bárbara, um dos braços do grupo Opportunity de Dantas, e já era ocupada pelos sem-terra há cerca de três anos.

Em protesto à violência que sofreram, os sem-terra realizam agora ato permanente na rodovia federal BR 155, a 50 km de Marabá e de Eldorado dos Carajás. A ouvidoria do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) foi acionada e se reunirá esta noite para discutir a situação.

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Secretário-geral da ONU recebe delegação da Cúpula dos Povos

Uma delegação de representantes do Grupo de Articulação (GA) do Comitê Facilitador da Sociedade Civil (CFSC) para a Rio+20/Cúpula dos Povos vai se reunir com o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, na sexta-feira (22), às 9h, no Riocentro, onde se realiza a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável-Rio+f20. No encontro, os representantes de 38 redes de entidades da sociedade civil brasileiras e internacionais apresentarão o documento final da Assembleia dos Povos, principal instância deliberativa da Cúpula dos Povos, cuja segunda etapa acontece hoje, quinta-feira (21), no Aterro do Flamengo, às 14h.

Pelo GA da Cúpula dos Povos, foram indicados como porta-vozes: Sharan Burrow, da Confederação Sindical Internacional; Mnimmo Bassey, ambientalista nigeriano; a canadense Nettie Wiebe, da Via Campesina Internacional; a sul-africana Mercia Andrews, do movimento de mulheres; e o brasileiro Antonio Marcos Alcântara de Oliveira, pelos povos indígenas. A abertura será feita por Iara Pietricovsky, do Inesc.

Encontro de delegação do GA da Cúpula dos Povos com Ban Ki Moon, secretário-geral da ONU
Horário: 9h às 9h45
Media: webcast ao vivo

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MPF denuncia governo federal por permitir venda ilegal de lotes da reforma agrária

José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva, líderes do projeto agroextrativista, Praia Alta Piranheiras, em Nova Ipixuna, no Pará, executados com tiros na cabeça.

Leonardo Sakamoto*

O Ministério Público Federal entrou com uma ação civil pública na Justiça Federal de Marabá contra o Incra, autarquia vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, por ter permitido a comercialização ilegal de lotes de reforma agrária no Sul do Pará, o que teria contribuído para o caos fundiário e a violência no campo. De acordo com dados do próprio instituto, em 2009, o número de lotes vendidos ilegalmente (cerca de 15 mil) era maior que o número de famílias acampadas à espera de terra (11 mil) – situação que não teria mudado desde então, apesar das solicitações ao governo.

Em nota divulgada pelo MPF, os procuradores da República André Raupp e Tiago Rabelo afirmam que “como o Incra não investe na infraestrutura – incentivando, assim, o abandono, a comercialização ilegal e a concentração dos lotes – e, de outro lado, deixa de retomar as parcelas indevidamente ocupadas ou concentradas e adotar todas as providência correlatas, acaba perdendo o controle da situação ocupacional dos assentamentos, liberando indevidamente recursos em favor de quem não tem direito e se vendo obrigado a desperdiçar vultosas quantias para a desapropriação de imóveis particulares”.

Maria e Zé Cláudio – Foi nessa região, precisamente no município de Nova Ipixuna, que há pouco mais de um ano foram assassinados o casal de lideranças extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva, que lutava contra a venda ilegal de lotes e a retirada de madeira do assentamento Praia Alta Piranheiras, onde viviam. Para o MPF, assassinatos continuarão ocorrendo como também  como consequência da omissão do Incra. (mais…)

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É amanhã! Ato sobre denúncia do caso Pinheirinho para a OEA

Juristas denunciam desocupação do Pinheirinho à Comissão Interamericana de Direitos Humanos

Convidamos todos para o ato que será realizado amanhã (22), às 11 horas, na Sala do Estudante da Faculdade de Direito da USP para divulgação da denúncia e detalhamento a respeito do caso Pinheirinho.

A desocupação do Pinheirinho, ocorrida no dia 22 de janeiro último, constituiu-se em brutal violação dos mais elementares direitos da pessoa humana. Aproximadamente 6 mil pessoas foram atingidas, grande parte delas perdendo todos os seus bens de uso pessoal, documentos e o mínimo necessário para a sobrevivência. Até o presente o Estado não ofereceu condições para que essas pessoas retomassem suas vidas com um mínimo de dignidade. Foram e continuam sendo tratados como brasileiros de segunda classe.

Para que fatos como esse nunca mais se repitam, para que jamais o Estado, beneficiando um único proprietário, por meio de uma ordem judicial ilegítima, atinja tão duramente homens, mulheres, crianças de todas as idades, idosos e enfermos, apresentamos à Comissão Interamericana de Direitos Humanos uma denúncia. (mais…)

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Dilma defende documento final que ONGs rejeitam

A presidente Dilma Rousseff abriu a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, nome oficial da Rio+20, afirmando que o rascunho do documento final costurado nos últimos dias foi “fruto do consenso” e defendendo a ação de todos os países para conduzir o mundo para as mudanças necessárias a fim de atingir o desenvolvimento sustentável. O tom de seu discurso foi de resposta às críticas de ONGs e representantes europeus, que consideraram o texto fraco e sem ambição.

A informação é do jornal O Estado de S. Paulo, 21-06-2012.

Dilma explicou que o texto foi “resultado de grande esforço de conciliação e aproximação de posições”, numa referência à exigência de que o documento tenha o apoio unânime dos representantes de todos os 193 países.

As ONGs e vários países, porém, exigiram que a expressão “com plena participação da sociedade civil” seja removida do parágrafo introdutório do documento-base da conferência, expondo a irritação com o resultado da conferência.
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