Retirada de posseiros da Terra Indígena Marãiwatsédé começará por ocupantes de grandes áreas

A Fundação Nacional do Índio (Funai) deverá apresentar, dentro de um mês, o plano de extrusão da Terra Indígena Marãiwatsédé, no Mato Grosso. A informação foi dada pelo assessor da presidência da Funai, Aluizio Azanha, no último sábado, 16, durante o evento “Marãiwatsédé – A Terra é dos Xavante”, promovido pela Opan (Operação Amazônia Nativa), na Cúpula dos Povos – Rio+20. Além do assessor da Funai, participaram da mesa de discussões conduzida por Ivar Busatto, da Opan, o Cacique Xavante Damião Paridzané; o ator Marcos Palmeira; a procuradora Marcia Zollinger, do Ministério Público Federal de Mato Grosso; Marcio Astrini, do Greenpeace; e os antropólogos João Pacheco e Iara Ferraz.

Azanha ressaltou que a retirada dos posseiros será feita por partes, iniciando pelos ocupantes de grandes áreas, no oeste da terra indígena. “A operação é complexa como a de Raposa Serra do Sol (se referindo à retirada de arrozeiros da terra dos Yanomami, em Roraima) e temos de ter clareza dos passos que serão tomados”, explicou. “É preciso prever ainda ações de vigilância, para que os posseiros não retornem, e um plano de gestão para reocupação do território”.  (mais…)

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Índios Marãiwatsédé renovam esperança de reaver terras

Assim como na Eco 92, indígenas recebem na conferência promessas de que invasores serão expulsos e área retomada

Cacique Damião durante a Cúpula dos Povos, no Rio de Janeiro. Foto: Daniel Santini

Daniel Santini,  Repórter Brasil 

O cacique Damião Paridzané, líder dos índios xavantes de Marãiwatsédé, não consegue se acostumar com a poluição do ar no Rio de Janeiro; tem tido tonturas, dor de cabeça, fica enjoado.  Carolina, a índia que é professora da aldeia, localizada no quente interior do Mato Grosso, não se acostuma com a temperatura da cidade.  Ela reclama do frio e anda com um casaco a tiracolo.  Os dois são parte da comitiva que viajou para acompanhar de perto a Conferência das Nações Unidas para Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.  Ambos se sentem desconfortáveis em meio a tanto asfalto, mas, acompanhados dos demais integrantes da comitiva, têm marcado presença em diferentes atos, debates e negociações em curso na cidade com o objetivo de denunciar e chamar a atenção para a situação do povo Marãiwatsédé.

“Temos recebido apoio de todos que encontramos e isso nos dá força. Precisamos de uma solução urgente”, resume Damião. Assim como a Floresta Amazônica, devastada para dar lugar a plantações de soja, os xavantes do Mato Grosso encontram-se ameaçados pelo avanço dos fazendeiros e pela ocupação ilegal de suas terras. Em 18 de maio, obtiveram uma decisão favorável do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que determinou a retomada da desintrusão, ou seja, a retirada dos fazendeiros, grileiros e posseiros da área, e derrubou a suspensão de 12 meses do processo em vigor por decisão anterior da mesma corte.
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“Marcha a ré” para centro do Rio em protesto contra retrocessos ambientais

Manifestação pacífica percorreu trechos das principais avenidas do centro do Rio

Por: Oswaldo Braga de Souza, ISA – Instituto Socioambiental 

Manifestação percorre as principais avenidas do centro da cidade para alertar para retrocessos na legislação ambiental.  Belo Monte e o BNDES também foram alvo de protestos.  Em encontro inusitado, ativistas cruzam com relator do Código Florestal.

Uma passeata diferente dos participantes da Cúpula dos Povos parou hoje algumas das principais avenidas do centro do Rio de Janeiro.  A cúpula pretende fazer um contraponto à Rio+20, que acontece durante toda a semana, também no Rio. (mais…)

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Xingu +23: parem Belo Monte!!!

Por Rodolfo Salm*

Paralelamente aos primeiros dias da Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, realizada de 13 a 22 de junho, na cidade do Rio de Janeiro, com a meta vaga de “contribuir para definir a agenda do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas”, foi organizado em Altamira, no Pará, o encontro Xingu+23, com o objetivo explícito de lutar contra a construção da hidrelétrica de Belo Monte no rio Xingu. O +23 faz referência ao número de anos desde o primeiro encontro dos povos indígenas de Altamira, ocorrido em 1989, já voltado à oposição à construção desta hidrelétrica no rio Xingu, quando os índios aqui reunidos, aliados a movimentos sociais, conseguiram cancelar o financiamento do Banco Mundial para o desenvolvimento das obras. Hoje, Belo Monte não é mais um projeto, mas uma obra em andamento, e neste encontro foram debatidos seus terríveis impactos, que já assolam a população desta região da Amazônia.

A abertura do evento aconteceu no dia 13 de junho, dia de Santo Antônio, na comunidade batizada com o nome do santo, ou pelo menos no que sobrou dela, pois a vila foi destruída para a construção da hidrelétrica. A data era, por um lado, especial, pois era o dia do padroeiro da vila, celebrado há muitos anos naquela comunidade; e, por outro, muito triste, pois seria a última celebração feita na comunidade. (mais…)

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Indígenas discutirão com BNDES financiamento de obras que afetam seus territórios

Uma comissão formada por cinco indígenas de todo Brasil e representantes do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) irá mapear e analisar todas as obras financiadas pelo banco que afetam os territórios indígenas no país. A decisão foi tomada nesta segunda-feira, 18, após reunião entre o vice-presidente do BNDES, João Carlos Ferraz, e um grupo de 12 indígenas que apresentou à direção do órgão os graves impactos causados por grandes empreendimentos a comunidades.

A reunião ocorreu no fim do ato pacífico que reuniu cerca de 2000 indígenas em frente ao Banco, no centro do Rio de Janeiro. Dançando, entoando cantos e carregando faixas, índios de diversas regiões do país manifestaram sua insatisfação por não serem ouvidos – como determina a Constituição – pelos órgãos que planejam, financiam e executam obras que afetam suas terras indígenas, como a transposição do rio São Francisco (Nordeste) e as hidrelétricas de Belo Monte (Pará), Santo Antônio e Jirau (Rondônia).

Os representantes do BNDES afirmaram que o banco não possui mecanismo para rastrear se os recursos liberados para grandes ou médios empreendimentos afetam áreas indígenas. Para solucionar este problema, foi criada a comissão que levantará os empreendimentos financiados ou subsidiados pelo banco e que incidam sobre as áreas indígenas. A primeira reunião da comissão ocorrerá no próximo mês.

Os indígenas estão reunidos no Acampamento Terra Livre, na Cúpula dos Povos, no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro.

http://www.cimi.org.br/site/pt-br/?system=news&conteudo_id=6339&action=read

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Quilombos, Terreiros e Juventudes: justiça ambiental e práticas culturais africanas e afrodescendentes – Carta Rio+20

Está disponível, no site da Palmares, minuta da carta resultado do debate promovido no último dia 16, no âmbito da Rio+20, sobre justiça ambiental e práticas culturais africanas e afrodescendentes.

O texto permanece aberto na página da Palmares para eventuais inclusões de temas, sugestões de redação, modificações de conteúdo e críticas construtivas, até o próximo dia 21 de junho.

O documento final comporá manifestação da Ministra da Cultura a ser encaminhada ao Secretariado-Geral da Conferência Rio+20. Leia a seguir a minuta da Carta:

Carta Rio+20

Considerando as condições de alto risco em que se encontram as populações quilombolas e afrorrurais, povos de terreiro, povos e comunidades tradicionais, indígenas, e populações marginalizadas dos grandes centros, particularmente, suas juventudes, em face da injustiça e do racismo ambiental, provocados por um modelo de desenvolvimento de exclusão, fundado na segregação geográfica, no racismo institucional e estrutural.

Considerando o custo para a sociedade mundial da destruição das culturas desses povos, populações e comunidades, frente ao avanço dos grandes projetos de desenvolvimento homogeneizadores do espaço, terras e territórios. (mais…)

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RJ – 2º Festival Internacional de Filmes sobre Energia Nuclear

Seis dias depois da Rio+20, o 2º Festival Internacional de Filmes sobre Energia Nuclear – Uranium Film Festival – exibirá 54 filmes sobre a temática nuclear, incluindo mineração de urânio na Cinemateca do Museu de Arte Moderna MAM, de 28 de junho a 14 de julho, Rio de Janeiro. O Festival é o primeiro festival mundial de filmes independentes sobre toda cadeia da energia nuclear e dos riscos da radioatividade: da mineração de urânio às centrais nucleares, bombas atômicas e lixo radioativo.

O festival quer especialmente dar visibilidade aos vários diretores “nucleares” que muitas vezes arriscam suas próprias vidas para realizarem este trabalho, como por exemplo Roberto Pires, autor de “O Pesadelo de Goiânia” (1989). Roberto Pires morreu de câncer, em 2001, provavelmente por causa da contaminação com o césio 137, durante a produção deste importante filme sobre o acidente com césio em Goiânia – o Chernobyl do Brasil. Com os seus prêmios “Yellow Oscar” para curtas e longas metragens, o festival quer estimular novas produções sobre o assunto nuclear, um assunto de interesse público e fundamental para a sobrevivência da Humanidade.

Depois do Rio de Janeiro, o festival viaja para outras cidades do Brasil e do Mundo.

Confira a programação no MAM clicando aqui.

http://www.uraniumfilmfestival.org/index.php/pt/

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Convenção 169 da OIT e processo de regulamentação

Debate "O Estado brasileiro e a Convenção 169 da OIT: avanços e perspectivas"

Por Jacqueline Freitas

Durante a manhã de sábado (16), a coordenação do Grupo de Trabalho Interministerial da Convenção 169 sobre Povos Indígenas e Tribais convidou quilombolas, indígenas, pesquisadores e representantes da sociedade civil, do governo, de trabalhadores e empregadores para discutir e informar sobre o andamento do processo de regulamentação do documento.

A reunião aconteceu com a participação do presidente da Fundação Cultural Palmares, Eloi Ferreira de Araujo; do chefe da Divisão de Temas Sociais do Ministério das Relações Exteriores, Silvio Albuquerque e Silva; do professor da Universidade Federal do Amazonas, Alfredo Wagner; da coordenadora estadual  das Comunidades Quilombolas de Queimada Nova (PI), Maria Rosalina dos Santos; e da primeira indígena formada em Direito no Brasil, Joênia Wapixana, entre outras autoridades e lideranças. A regulamentação da Convenção 169 foi discutida no âmbito do desenvolvimento sustentável, foco da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. (mais…)

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Quilombos, terreiros, juventude e alternativas para erradicação da pobreza e desenvolvimento sustentável

Debatedores do Talk Show no Galpão da Cidadania

Por Jacqueline Freitas , com colaboração de Daniel Brasil

O lugar das práticas culturais afrodescendentes e os modelos de desenvolvimento que delas se originam, funcionando como alternativas para a erradicação da pobreza e a preservação do meio ambiente. Este foi o eixo do diálogo promovido pela Fundação Cultural Palmares na tarde do último sábado (16), na programação da Rio+20, no Galpão da Cidadania,  um dos espaços preparados pelo Ministério da Cultura, na Zona Portuária da capital fluminense.  (mais…)

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