Cúpula dos Povos: indígenas recebem Patriota com pedido acalorado

Foto: Agência Estado

O que era para ser apenas uma visita de boas vindas aos que visitam o espaço que serve à Cúpula dos Povos – um dos eventos mais importantes paralelos à Rio+20 – virou um momento de reivindicação acalorada. Isso porque o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, foi surpreendido por um grupo de indígenas que reivindicam a demarcação das terra indígenas no país.

Logo depois discursar na Cúpula dos Povos, falando sobre a importância da conferência e a necessidade de se continuar trabalhando em todo o mundo pela sustentabilidade, um índio se apossou do microfone e foi enfático:

“Nosso objetivo aqui (na Cúpula dos Povos)  é uma coisa importantíssima para o nosso povo, que é a demarcação da terra. Através da demarcação da terra é que nós vamos defender a nossa própria educação, saúde, história, língua, geografia… Por isso, senhor ministro que a sua presença aqui é muito importante. Quando conseguirmos a demarcação da terra, não vamos defender a questao do meio ambiente. Pra mim não serve economia. Nós indígenas serve (sic) mais a questão da terra, da Mãe Terra. Isso que é o bem sagrado”, declarou.

Tomada por indígenas, a Cúpula dos Povos ovacionou o porta-voz de uma tribo não identificada. Foram muitos os flashes na direção do interlocutor. [Segundo O Globo, tratava-se de Ñanoeva, Kaiowá-Guarani].

Rio+20

Vinte anos após a Eco92, o Rio de Janeiro volta a receber governantes e sociedade civil de diversos países para discutir planos e ações para o futuro do planeta. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que ocorre até o dia 22 de junho na cidade, deverá contribuir para a definição de uma agenda comum sobre o meio ambiente nas próximas décadas, com foco principal na economia verde e na erradicação da pobreza.

Composta por três momentos, a Rio+20 vai até o dia 15 com foco principal na discussão entre representantes governamentais sobre os documentos que posteriormente serão convencionados na Conferência. A partir do dia 16 e até 19 de junho, serão programados eventos com a sociedade civil. Já de 20 a 22 ocorrerá o Segmento de Alto Nível, para o qual é esperada a presença de diversos chefes de Estado e de governo dos países-membros das Nações Unidas.

Apesar dos esforços do secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, vários líderes mundiais não estarão presentes, como o presidente americano Barack Obama, a chanceler alemã Angela Merkel e o primeiro ministro britânico David Cameron. Ainda assim, o governo brasileiro aposta em uma agenda fortalecida após o encontro.

http://www.jb.com.br/ambiental/noticias/2012/06/15/cupula-dos-povos-indigenas-recebem-patriota-com-pedido-acalorado/

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