Resquícios da escravidão

Joelmir Tavares

Mandos e desmandos de patrões, episódios de assédio moral e desrespeito aos direitos trabalhistas, alvos de queixas de trabalhadores nas grandes obras em andamento no Brasil, carregam para os dias atuais uma sombra da lógica escravagista, oficialmente abolida no país em 1888.

Por questões culturais, a prática sobrevive na sexta maior economia do mundo. “É a escravidão moderna, reflexo de costumes passados de geração a geração”, afirmou o coordenador do Projeto de Combate ao Trabalho Escravo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, Luiz Machado.

A análise é endossada por pessoas que lidam com a questão. “É muito fácil sair do Nordeste, encontrar uma cama para dormir e achar que está no céu”, disse o presidente da Força Sindical em Rondônia, Antônio Amaral. Muitos dos trabalhadores das usinas de Jirau e Santo Antônio, em Porto Velho, são nordestinos.

Procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT) em Porto Velho, Francisco Cruz contou já ter libertado pessoas em condição análoga à de escravos que acreditavam ser tratadas de forma “normal”. “Como muitos operários saem de regiões pobres, não se dão conta de que estão em condição desumana, imprópria”. (mais…)

Ler Mais

Organizações, movimentos sociais e assessorias lançam nota de apoio e preocupação em relação à situação do Quilombo Rio dos Macacos (BA)

NOTA DE APOIO E PREOCUPAÇÃO DIANTE DA SITUAÇÃO DO QUILOMBO RIO DOS MACACOS – BAHIA

As organizações não-governamentais, movimentos sociais e assessorias que subscrevem esse documento vêm por meio deste demonstrar sua solidariedade à Comunidade Quilombola do Rio dos Macacos (BA), assim como, manifestar sua preocupação diante dos últimos fatos de ampla repercussão nacional e internacional que envolvem ameaças de violações de direitos em suas dimensões políticas, sociais, culturais, econômicas, ambientais e históricas.

A comunidade quilombola do Rio dos Macacos é uma comunidade negra rural, composta por cerca de quarenta famílias, que remonta mais de um século de existência em área do Recôncavo Baiano, região do estado onde desde o século XVII se instalaram os engenhos produtores de cana-de-açúcar. Atualmente, a comunidade encontra-se cravada no atual município de Simões Filho, região metropolitana da cidade de Salvador.

Os habitantes realizam suas atividades rurais como a pesca e o extrativismo de forma comunitária, utilizando áreas de uso comum e perpetuam, assim, a tradição cultural de viver dos seus antepassados, conforme o relato apresentado ao Ministério Público Federal pela anciã Maurícia Maria de Jesus (111 anos de idade) : “essa terra é dos tempos dos meus avós. Meu pai, Severiano dos Santos, já falecido, nasceu aqui em 1910 e teve vinte e dois filhos aqui. O pai dele, José Custódio Rebeca, também nasceu aqui.” (mais…)

Ler Mais

Seppir convoca reitores a pensar ampliação de ações afirmativas

Reitores encontravam-se em Brasília em função de atividades da Andifes

Dirigentes participaram de encontro em Brasília, onde discutiram políticas de inserção e permanência de estudantes negros nas universidades públicas

Até 2020, 50 mil estudantes afro-brasileiros serão beneficiados com ações afirmativas implementadas em instituições de ensino superior. A iniciativa representará investimentos de R$1,13 milhão e está prevista no Programa Nacional de Ações Afirmativas (PNAA), que o governo federal está elaborando sob a coordenação da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir). Educação, trabalho, comunicação e cultura são as dimensões focadas na proposta, que visa à redução das desigualdades no Brasil.

Ontem (30), o secretário Executivo da Seppir, Mário Theodoro, apresentou a proposta da área de educação do PNAA para reitores de todas as regiões do país no debate: “Políticas de ação afirmativa no âmbito das instituições de ensino superior”. A intenção, segundo a ministra da Seppir, Luiza Bairros, é sensibilizar os envolvidos para que o processo de inclusão dos afrodescendentes seja elevado a um outro patamar, que possibilite oportunidades iguais independente da origem étnico-racial.

O presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), João Luiz Martins, considerou a provocação da Seppir oportuna, em função de recente decisão do Supremo Tribunal Federal pela constitucionalidade das cotas raciais para o acesso à universidades públicas. Reitor da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop-MG), Martins reafirmou o compromisso da entidade com a causa e elogiou ações propostas no PNAA voltadas à permanência de jovens negros em cursos universitários. (mais…)

Ler Mais

Lançamento de ‘A hipótese comunista’, de Alain Badiou

A “hipótese comunista”, conceito formulado pelo filósofo, dramaturgo e militante francês Alain Badiou, inspira uma obra homônima sobre a revitalização do comunismo e um novo programa para a esquerda, lançada agora pela Boitempo. Desde 2008, quando foi exposto pela primeira vez em um artigo da New Left Review, o termo vem sendo adotado e discutido por uma ampla gama de pensadores, como Slavoj Žižek, Jacques Rancière, Michael Hardt, Antonio Negri e Terry Eagleton.

Considerado um dos principais filósofos de nosso século, Badiou parte da reflexão sobre a noção de fracasso do comunismo – enunciado negativo amplamente disseminado pela “nova filosofia” ocidental a partir da década de 1970 – para defender a sua retomada. Badiou vê o fracasso como uma trajetória, e não como o fim de uma experiência histórica.

Sua convicção se esclarece com uma comparação científica: o “teorema de Fermat” foi por três séculos um problema matemático não resolvido, que assumiu a forma de uma hipótese. Houve inúmeras tentativas de justificação, de longo alcance, que não conseguiram resolver o problema em si. “Mas foi fundamental que a hipótese não tenha sido abandonada durante os três séculos em que foi impossível demonstrá-la. A fecundidade desses fracassos, de sua análise, de suas consequências, estimulou a vida matemática. Nesse sentido, o fracasso, desde que não provoque o abandono da hipótese, é apenas a história da justificação dessa hipótese”, afirma no prefácio.  (mais…)

Ler Mais

Modelos enviadas para o exterior foram escravizadas na Índia

Exploração de pessoas é agravada pela pobreza e desigualdade social na Índia (Foto: Verena Glass)

Uma jovem de 15 anos e duas de 19 foram vítimas de tráfico de pessoas, acabaram submetidas à degradação e tiveram liberdade cerceada. Justiça proibiu agências envolvidas de continuarem operando

Por Bianca Pyl

Três modelos brasileiras que saíram do Brasil com sonho de seguir carreira de modelo internacional viraram escravas na Índia. As jovens, uma delas com apenas 15 anos, foram vítimas de tráfico internacional de pessoas e acabaram submetidas a assédio moral e sexual, além de cárcere privado e servidão por dívida, de acordo com acusação feita pelo Ministério Público Federal de São Paulo (MPF-SP). A denúncia foi aceita pelo juiz federal João Batista Gonçalves, da 6ª Vara Civil de São Paulo, que determinou que as agências brasileiras Dom Agency Model´s e Raquel Management parem imediatamente de enviar modelos ao exterior. Em entrevista à Repórter Brasil, o proprietário da Dom, Benedito Aparecido Bastos, negou que esteja envolvido com tráfico de pessoas. Já Raquel Felipe, proprietária da Raquel Management, não quis se pronunciar sobre as acusações. (mais…)

Ler Mais

México – Primer comunicado de la Coordinadora del Movimiento ¡Alcemos La Voz!

Por YoSoy132.mx

La situación en la que se encuentra México exige que las y los jóvenes tomemos el presente en nuestras manos. Es momento de que luchemos por un cambio en nuestro país, es momento de que pugnemos por un México más libre, más prospero y más justo. Queremos que la situación actual de miseria, desigualdad, pobreza y violencia sea resuelta. Las y los jóvenes de México creemos que el sistema político y económico actual no responde a las demandas de todos los mexicanos. (mais…)

Ler Mais

Vejam o Boletim de Maio da ANA AMAZÔNIA, notícias da agroecologia na Amazônia

Rede de Agricultores Tradicionais do Amazonas (REATA) – Uma experiência agroecológica superando desafios e fazendo a diferença na Amazônia

Rossilan Rocha – Articuladora da ANA Amazônia

A REATA teve sua origem em 2005, no município de Presidente Figueiredo-AM. Sua criação se deu em função do desejo de se criar uma organização aberta para agricultores tradicionais[1], que ao mesmo tempo pudesse ser um espaço de capacitação e empoderamento do grupo, a partir de uma proposta de resgatar valores, produzir, gerar e divulgar saberes e conhecimentos sobre o manejo e a preservação dos agro ecossistemas da floresta amazônica, através de processos de comunicação, troca de experiência, aprendizado participativo e extensão rural, visando um estilo de agricultura de base ecológica.

A REATA é composta por agricultores familiares, tradicionais, extrativistas, pescadores, caboclos, ribeirinhos, quilombolas e indígenas do estado do Amazonas. Inicialmente, o grupo era formado por 11 (onze) agricultores de 10 (dez) municípios. Hoje são cerca de 200 famílias de 14 (quatorze) municípios: Tefé, Coari, Codajás, Manacapuru, Manaus, Rio Preto da Eva, Itacoatiara, Maués, Parintins, Presidente Figueiredo, Lábrea, Boca do Acre, Urucará e Silves. (mais…)

Ler Mais

Documentário “Desordem no Progresso” mostra o massacre diário em Altamira (PA)

Documentário dirigido por Cristiano Trad mostra os impactos da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte na cidade de Altamira, no Pará. Moradores e ativistas lutam contra a construção da barragem e reclamam dos problemas sociais, trabalhistas e ambientais provocados pelo empreendimento. A obra começou a ser erguida em junho de 2011, no rio Xingu, e só ficará pronta em 2019.

http://redeanaamazonia.blogspot.com.br/2012/05/documentario-desordem-no-progresso.html

Enviada por Vania Regina Carvalho.

Ler Mais