Pedro Rios Leão e as Notícias de Pinheirinho

Tania Pacheco

Ontem à noite, a Revista Época publicou, entre outras informações sobre Pinheirinho, declarações do Presidente da OAB de São José dos Campos,  feitas à TV Brasil, de que teriam havido mortos na “operação”. Segundo a revista, Aristeu César Pinto Neto teria afirmado que crianças estariam entre as vítimas: “O que se viu aqui é a violência do Estado típica do autoritarismo brasileiro, que resolve problemas sociais com a força da polícia. Ou seja, não os resolve. Nós vimos isso o dia inteiro. Há mortes, inclusive de crianças. Nós estamos fazendo um levantamento no Instituto Médico-Legal [IML], e tomando as providências para responsabilizar os governantes que fizeram essa barbárie”.

Ao longo do dia, os desmedidos se sucederam: excetuando-se por um homem de cerca de 30 anos, que estaria fugindo com um bebê nos braços e teria sido baleado pelas costas, na coluna, ninguém mais sequer teria sido ferido durante o ataque. O pai de família estaria no hospital, em estado que variava de estável a grave, e deveria ficar paraplégico.

Acontece que desde domingo há alguém postando no Facebook afirmativas de que, ao contrário do que vem sendo dito e concordando com o presidente da OAB local, pessoas teriam, sim, sido mortas. Mais que isso, segundo ele esses corpos – que incluiriam crianças, uma de quatro anos e outra de meses – estariam sendo “sequestrados”, para não deixar provas, no melhor estilo da ditadura. E isso estaria continuando a acontecer mesmo depois da chamada desocupação. 

Eu não o conheço, mas ele é amigo de gente séria. E o filme que postei há pouco, “PM ataca moradores em alojamento cedido pela própria prefeitura”, parece corroborar o que ele vem repetindo.

Ele esteve ontem no hospital, tentando conversar com David Washington Castor Furtado, que ele chama de “nossa única prova viva e rastreável”. Não conseguiu porque, como escreve, “David está sendo vigiado pelos seus próprios algozes”.

E ele vai além, afirmando: “Não se confundam; essa não é uma disputa jurídica. A lei está morta aqui. Isso é uma disputa política e depende de nós. Salvem David Washington Castor Furtado, divulgando o nome dele e cobrando explicações. Se nós esquecermos dele, ele será morto”.

Até agora, confesso que estava tendendo a não escrever seu nome, mas acho que a mesma lógica que ele usou com relação a David Washington Castor Furtado deve ser utilizada em relação a ele. Por isso, divulgo seu nome já no título deste texto, também como ele cobrando explicações a todas as chamadas autoridades envolvidas nessa vergonha pública. E isso independe, inclusive, da existência de cadáveres a serem contados e enterrados.

Meus respeitos a Pedro Rios Leão, pela insistência, pela indignação e pelo espírito guerreiro! Se ele de fato está certo (e preferiríamos tod@s que não esteja, considerando o que isso representa), onde estão enterrados os jornalistas deste País?

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