Expedição ao território Kaiowá-Guarani “Cacique Marcos Verón” – Tekoha Nhe’e Ayvu Arandu

Fonte: União Campo, Cidade e Floresta

A população Kaiowá-Guarani do Mato Grosso do Sul vive hoje uma situação dramática de aviltamento dos direitos humanos. O nível de violência contra os Kaiowá-Guarani é tão extremo que tem sido considerado um processo de genocídio em curso ao povo. Como resposta a essa realidade, os povos Kaiowá-Guarani tem se organizado para resistir e lutar pela efetivação plena de seus direitos.

A expedição ao território indígena Kaiowá-Guarani é fruto dessa organização e surge como uma demanda direta dessa população por justiça social. A partir de conversas e reuniões realizadas entre lideranças e militantes indígenas em seu território ancestral, nasce a ideia da realização de uma expedição formada por profissionais de diferentes áreas, lideranças e militantes da causa indígena, com objetivo de elaborar um documento que publicize a condição de vida e resistência dessas populações. Além disso, deve ser um documento que dê subsídios à sua luta e reivindicações.

Soma-se à organização do povo Kaiowá-Guarani, o Tribunal Popular, uma articulação de entidades e movimentos sociais que vêm, desde 2008, unindo esforços para denunciar a violações dos direitos humanos promovidos pelo Estado brasileiro e sua lógica de criminalização da pobreza e das diferentes formas de organização popular.

A ideia da expedição foi apresentada e aprovada na organização indígena Aty Guassú, A Grande Assembleia Guarani, realizado no mês de agosto de 2011 no Mato Grosso do Sul. Logo em seguida, começaram a ser pensadas ações preparatórias da expedição. O presente projeto se insere nesse contexto.

A expedição ao território Kaiowá-Guarani tem como objetivo produzir relatórios e videos, que documentem a expedição realizada às suas terras na região com mais vulnerabilidade de conflitos, mortes e perseguição, e onde a demora pela demarcação é sentida com mais violência.

A equipe será composta por cerca de quinze pessoas – profissionais de diferentes áreas, militantes, lideranças e professores indígenas – que permanecerão durante aproximadamente duas semanas em diferentes aldeias e acampamentos indígenas da região de Dourados (MS). Todas as ações realizadas pelo grupo serão acompanhadas por indígenas moradores da região, que serão responsáveis pelo acolhimento da equipe. Além da equipe de trabalho estarão presentes convidados de diferentes entidades e movimentos que apoiam a causa indígena, representantes políticos e de universidades.

Queremos com essa ação:

– Cobrar pela demarcação das terras indígenas Kaiowá-Guarani, conforme previsto desde 2008 em portaria da FUNAI.
– Cobrar para que coloquem o ‘Marco’ nas Terras Indígenas que já têm portaria demarcatória e exigir uma resposta de por que não se fez isso até agora.
– Cobrar justiça para os assassinatos dos caciques e líderes indígenas que não prescreveram (250 assassinatos em 8 anos.)
– Denunciar as perseguições e as mortes dos professores indígenas(13 mortos em 3 anos), que tem importante papel nessa luta já que são eles que escrevem e relatam a fala dos mais velhos para os trabalhos de identificação das terras tradicionais, entre outras coisas.

O total de recursos da expedição é de R$ 36.000,00, conseguimos 16 mil, precisamos de 20 mil reais, até o dia 09 de Janeiro para a realização da expedição.

Esse recurso será usado para despesas de transportes de 15 pessoas de São Paulo-MS , alimentação de todos e todas envolvidos(as), cerca de 100 pessoas, construção de infra-estrutura na aldeia de apoio(Takuara), produção e divulgação de toda a documentação colhida.

Denúncias feita pelos próprios Guarani Kaiowá

Denúncias de Valdelice Verón

Comments (5)

  1. Resposta da Lola
    a própria 06/01/2012 13:07
    [email protected]

    Fico muito estarrecida, preocupada e triste quando vejo a que nível essa discussão chegou. Talvez o sonho do Acampamento Indígena Revolucionário carregasse consigo a sua sombra, o seu pesadelo. Há uma história que meu velho pai gostava de me contar que as pessoas perceberam que a União Soviética ia mal quando a discussão passou a ser de quem irá pagar a conta de luz no fim do mês.
    Assim me parece que se tornou o AIR.
    Conheci tanto o Murilo como os militantes do Tribunal Popular no Acampamento Indígena Revolucionário. Penso que numa luta, as pessoas não podem ficar arrotando quem mais lutou ou quem mais apanhou ou quem mais sei lá o quê. O Acampamento Indígena Revolucionário foi um poema. E como poema as pessoas brilharam, em seus exatos momentos, nesses versos. Hoje é diferente. O sonho tornou-se pesadelo.
    Nesse pesadelo, o líder Korubo desaparece em setembro de 2011. Em novembro, fui a São Paulo em busca de notícias da nossa liderança. Não o encontrei, mas sei que me deparei com militantes dignos, honestos e combatentes que são os nossos companheiros do Tribunal Popular: Giva, Sassá, Carmen e tantos outros. Companheiros que me apoiaram tanto que são os meus AMIGOS pessoais, e que prezo bastante.
    Já Murilo Marques de Carvalho Filho, politicamente falando, é uma pessoa que ME PERSEGUE e ME AMEAÇA – como está fazendo com o Tribunal Popular agora. Murilo considera-se um jornalista e para destruir uma pessoa ele reúne informações, detalhes, pesquisas e tudo mais para depois detoná-la.
    Sou militante da Frente Internacionalista dos Sem Teto (FIST) e, infelizmente, o Murilo também já atuou dessa mesma forma imbecil, como hoje está agindo com o Tribunal Popular, inclusive, me difamando ao falar que eu era “vadia”, “patricinha”, etc.
    Antes disso, na III Confederação Tamoia dos Sem Teto, ele deu seu ?piti? na frente dos nossos líderes e quase destruiu um congresso que há meses estávamos organizando. Sei que as críticas do Murilo podem ser construtivas, mas ele simplesmente quer destruir todo um trabalho de meses e até de anos, com a sua maneira infantil e doentia de atacar.
    É isso o que eu penso. Tenho a minha própria história, minha militância e os meus sonhos. Não preciso de homens que estejam ao meu lado para dizer o faço ou o que digo. E como dizem as Mujeres Creando: A nossa vingança é sermos felizes.

  2. Quem é meu pai, Givanildo? Quem é figura das sombras, quem apenas questiona, ou quem se recusa a responder a todas as questões e se limita a acusar? Quem é figuras da sombra, aqueles, que apesar da publicidade e dos holofotes, a identidade e a biografia, como fazem os “companheiros do TP”?

    Vá à viação Motta ver os preços das passagens, poltrão, você está carregando uma escola de samba? 4 mil para Takwara?, takwara é bambu, você repete os vícios da Funai, que abre licitação para fazer roças para os Avá-Guajá. Tá bom, os herdeiros viram a conta, mas essa conta foi apresentada às bases? Sei que não. SABEMOS QUE NÃO. Como pode falar em “interesses intocáveis”, se esses são violados o tempo todo.
    E, ao invés de mostrar suas continhas de caderno, tente responder a qualquer uma daquelas interrogações. PASSE BEM, PICARETA.

  3. Essa figura das sombras, que está nos perseguindo, que é um filho de fazendeiro do MS, não quer a realização da expedição, exatamente, por colocar a baila o que seu pai e outros azem lá.

    Não precisamos disso, mas vamos lá.

    Quem elaborou e monitorou o projeto foram Valdelice e Ládio Veron, filhos do Cacique Marcos Veron Morto em 2003.

    Os guarani Kaiowá não precisam da nossa assessoria, temos muito mais a aprender que , por isso, que os trouxemos não uma , mais duas vezes esse ano. O pedido é que o TP potencialize politicamente as denuncias e só!

    Os custos da viagem são:

    10 mil de deslocamento de São Paulo para Dourados e entre as 7 Aldeias durante 15 dias.

    4 mil para a construção de uma estrutura par encontro e formação permanente na Aldeia Takuara , aonde morreu o Cacique Marcos Veron

    6 mil alimentação, não só para os 15 que sairão de SP, mais 50 a 70 pessoas que acompanharão a expedição.

    16 mil de equipamentos de comunicação, que ficarão com os Guarani Kaiowá a pedido deles.

    A última parte do recurso, basicamente é para os equipamentos, que ficarão com os Guarani Kaiowá e não existirão picaretas que tiveram seus interesses feridos e hoje tentam detratar a expedição, para que seus interesses fiquem intocavéis!

  4. POR QUE É USURPADO AOS KAIOWÁ O DIRETO Á PRÓPRIA UNVESTIGAÇÃO? POR QUE NÃO CONSULTAR A COMUNIDADE DE NÍSIO KAIWOÁ SOBRE O DESTINO DOS 36 MIL REAIS?

    Por que os Kaiwoá não podem fazer as próprias colocações e denúncias de genocídio? Eles precisariam da assessoria dos Iluminados especuladores de dores e lutas alheias do Turismo Pró-Ativo (TP, conhecido como Taba dos Posers em SP, Tribo dos Picaretas no MA e em outros sítios) para detectar seus problemas e apontar os crimes cometidos?

    As famílias indígenas da comunidade supracitada não seriam atores políticos capazes de produzir – com assessoria do TP, se fosse o caso da Boa-Fé – o seu próprio relatório sobre as violências? Quem melhor do que o Povo Kaiowá para indicar onde e como o cacique Nísio morreu? Quem seriam mais indicados para definir quem seriam os profissionais a participarem da investigação e de que forma seriam gastos os 36 mil reais, senão os próprios Kaiowá?

    Não seria típica essa usurpação do protagonismo indígena vinda de uma organização – Turismo Picareta – que, não conseguindo TUTELAR a fala dos indígenas autênticos e de seus apoiadores – deu aval a descendentes de árabes, judeus e italianos para que assumissem “identidade indígena”? Não seria uma credencial de MÁ-FÉ que o TP não se importasse que esses indivíduos assumissem etnias inexistentes ou extintas, como os Puri (assim como não importando os meios da “conquista da indianidade” – passando da falsidade ideológica ao matrimônio interessado), permitindo que esses sujeitos passassem a falar por outrem, em nome das populações indígenas do Brasil – trazendo as suas próprias pautas e agendas, que, na maioria das vezes, em nada dizia respeito aos Povos Indígenas, apenas aos “militantes amigos”.

    Usurpar a voz dos Povos Indígenas não seria tão criminoso quanto negá-la?

    A usurpação da representação não seria o jogo que o Conselho Indigenista Missionário faz há décadas, com a CNBB (Igreja Católica Apostólica Romana) colocando “lideranças” e etnias amestradas para representar os Povos Indígenas e protagonizar as falas, em detrimento das lideranças originárias de base? Akiaboro, garoto propaganda de Lula e Carlos Minc, no lugar de Raoni Metuktire? Seria o TP o CIMI dos anos 2020/2030, os seus dirigentes os novos Paulos Maldos e Gilbertos Carvalhos, plantando mais uma vez as patas sujas da impostura e da vilania a serviço do capital transnacional no Palácio do Planalto?

    Os 36 mil reais não seriam mais úteis em cestas básicas ou apoio à Saúde Indígena em Dourados do que bancando a cervejinha e o frango a passarinho dos índios de araque – mamelucos – e demais vagabundos reformistas de SP, apoiados pelo CIMI e o PSOL, como não podia deixar de ser, sempre fazendo auto-promoção às custas das Tragédias étnicas, comunais e familiares alheias, especulando “discussões” às custas de Crimes Contra a Humanidade? Capitalizar Mortes não seria tão vil quanto Ceifar Vidas, não seria cobrir de escárnio vidas vividas com tanta luta e tanta verdade?

    Por que não pedem os 36 mil ao partido do democrata cristão e principal assessor do construtor e fiador de mais de 13 hidrelétricas e udenista, Carvalho Pinto, a quem fizeram campanha para presidência? Por que esse recurso não foi solicitado ao deputado Ivan Valente, ao suplente do Latifúndio no Senado, o traidor Nery, à bancada carioca traíra do PSOL e demais “companheiros” de trairagem? Por que não pedem aos deputados traidores dos Povos Indígenas e apoiadores do Código Florestal da Agroindústria a quem auxiliaram a fazer lideranças indígenas de bobas – que NÃO SÃO E NUNCA FORAM – no ano de 2010? Por que não pedem ao amigo deputado da Baixada Fluminense, por que não pedem senador de Dilma que quer acabar com o que resta da FUNAI?

    Como bate no sistema nervoso central uma maconha tragada às custas das Tragédias, Dores e Assassinatos sofridos pelos Guarani-Kaiwoá? Qual é o sabor do frango a passarinho pago com o capital simbólico do assassinato de outrem, das dores de outro; como é a ressaca de um chopp pago com capital político – lutas e dores de toda uma vida – de terceiros? Qual o preço de se lucrar com a Injustiça?

    Qual é o preço espiritual de se esconder do coletivo que companheiros da base – com os quais dividiram refeição – estão presos enquanto elegem prisões simbólicas para bradar contra o Estado? Qual é o preço de se apoiar conscientemente indivíduos que se sabe ser traidores dos Povos Indígenas e dos companheiros?

    É sacanagem com expedicionários de fato, que desbravaram o Brasil nos séculos XIX e XX, arriscando as suas vidas e atravessando vastos territórios, outrora hostis, cobrindo à pé, de canoa e à cavalo os biomas Amazônico, Pantaneiro e de Cerrado, tendo passado fome e todo tipo de percalços, batizar de “expedição” uma viagem com saídas diárias e refrigeradas da Rodoviária Barra Funda pela Viação Motta (SP-Dourados, 011-5531-7628), tendo dezenas de bares, restaurantes, hotéis e puteiros no destino final.

    Precisa-se de 36 mil reais para “denunciar as perseguições e as mortes dos professores indígenas” ? Povos Indígenas são Idiotas? Militantes são imbecis?

    É remunerada a militância voluntária dos especuladores de crimes contra a humanidade e neutralizadores de lutas autênticas do Tribunal Popular? Quando esses vagabundos/criminosos vão parar de especular, instrumentalizar e CAPITALIZAR as lutas, dores e tragédias alheias, impostores e ladrões?

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