Tatiana Félix, Jornalista da Adital
De acordo com Lucineire Martins, gestora do Navegando nos Direitos, o projeto é desenvolvido desde 2005, com a proposta de dialogar com a juventude para promover sua participação nas atividades de enfrentamento ao abuso e violência sexual na cidade.
Isso porque, Paranaguá é uma cidade portuária com grande movimentação de caminhoneiros, e que registrava alto índice de exploração sexual de crianças e adolescentes, apesar da ausência de dados oficiais.
“A ideia é que os jovens se mobilizem com sua comunidade e também com a escola, mas queremos atingir toda a sociedade [neste trabalho]”, relata. Segundo ela, neste ano, cerca de 30 adolescentes com idade entre 14 e 18 anos, de 5 escolas da rede estadual de ensino, se envolveram nas atividades do projeto.
“Os jovens trabalham com a produção de materiais de comunicação e sempre finalizamos o ano com alguma publicação, que servirá [de base] para as atividades do ano que vem”, explica. Lucineire destacou a atuação política da juventude, já que alguns jovens que participam do projeto se envolvem mais a fundo na problemática, participando de comitês ou conselhos de juventude, por exemplo. Para ela, isso mostra a capacidade que o jovem tem de opinar e ter voz participativa.
Encerrando as atividades de 2011, a Ciranda aproveitou o momento de lançamento do jornal e do vídeo para promover um debate sobre a atuação e o protagonismo destes jovens no enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes. Para isso foi realizada a mesa temática “Importância da mobilização juvenil no enfrentamento às violências sexuais contra crianças e adolescentes”, com participação de representantes de entidades voltadas aos direitos de jovens e adolescentes.
Protagonismo juvenil
Brenda Letícia Souza, de 15 anos, está entre os jovens que participam do projeto Navegando nos Direitos. Ela conta que ao longo deste ano realizou entrevistas pela cidade e participou de dinâmicas sempre com o objetivo de explicar o que é violência sexual e como preveni-la, pois “é alto o índice de abuso sexual na cidade”.
Há um ano no projeto, Brenda disse que visitou vários locais para fazer as entrevistas, participou de dinâmicas e de uma passeata com caminhoneiros que apoiam o enfrentamento a violência sexual contra crianças e adolescentes. Pretendendo dar continuidade às suas atividades, a jovem revela que já integra o Conselho de Juventude local, onde ajudará a realizar palestras e aulas nas escolas sobre a questão do abuso sexual. “É muito gratificante participar deste projeto”, finaliza.
Navegando nos Direitos
O projeto Navegando nos Direitos: Jovens comunicadores no enfrentamento à violência sexual foi selecionado este ano pela Fundação Banco do Brasil para compor o Banco de Tecnologias Sociais. Com isso, sua metodologia poderá ser replicada em outras regiões e municípios do país.
Para mais informações, consulte: www.tecnologiasocial.org.br
http://www.adital.com.br/jovem/noticia.asp?boletim=1&lang=PT&cod=63476