Cerca de 3 mil pessoas, militantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e outros sem-terra de Campinas e trabalhadores da Flaskô – fábrica ocupada há mais de 8 anos – realizaram um ato nesta quinta-feira (8), na avenida Paulista em São Paulo. A avenida, que completa 120 anos hoje, foi tomada completamente do MASP até o escritório da Presidência da República em São Paulo.
Na chegada ao prédio da Presidência, os manifestantes ocuparam os três andares do edifício até serem recebidos pela chefia de gabinete. O objetivo da ação era conseguir uma reunião com representantes do governo federal para pedir uma política nacional de desapropriações que facilite as reformas agrária e urbana.
Os representantes dos movimentos saíram com a promessa de uma reunião com o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, no próximo dia 19, em São Paulo. Guilherme Boulos, do MTST, afirmou que hoje os programas habitacionais ficam reféns da especulação imobiliária e “se o governo federal tivesse uma política nacional de desapropriação de terra, o programa Minha Casa Minha Vida poderia ser mais efetivo para atender a população de baixa renda”.
Além das desapropriações, os movimentos pedem o fim das remoções que estão sendo realizadas amplamente, algumas delas para construção das obras para a Copa do Mundo e Olimpíadas. No próximo final de semana, por exemplo, está marcado um despejo de cerca de duas mil famílias na ocupação Pinheirinho, em São José dos Campos.
Criminalização
Um dos pedidos para a reunião do dia 19 é a presença da ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, pois existem alguns relatos de tentativas de assassinatos de militantes sem teto em Minas Gerais, Distrito Federal e Amazonas. O movimento formulou um relatório com o relato dos casos e entregou ao Senado em audiência pública recente.
Na sequência da visita ao escritório na avenida Paulista, os militantes sem teto, apoiados por alguns estudantes e professores em greve da USP, seguiram para a Assembleia Legislativa de SP para lançamento estadual da campanha “Sem teto, com vida”, para denunciar a criminalização dos movimentos sociais.
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