“Não é o projeto ideal, mas também não temos a força ideal”, resumiu Toni Reis, presidente da ABGLT para a Lado A, por telefone, sobre o substitutivo do Projeto de Lei 122/2006 que criminaliza a homofobia no Brasil e que deve ir à votação nesta quinta-feira na Comissão de Direitos Humanos do Senado. O projeto retirado do arquivamento pela senadora Marta Suplicy no início do ano, recebeu nova redação e vem causando um mal estar em quase toda a militância. O projeto original pedia a inclusão dos termos orientação sexual, sexo, identidade de gênero, gênero, idosos e deficientes na Lei do Racismo, que já proíbe a discriminação por raça, cor, credo ou origem. A proposta foi trocada por novo texto, por Marta, que assumiu sua relatoria, mas agora grupos acusam que houve ausência de debate com a base, o que incendiou as discussões.
O substitutivo da senadora Marta quer tipificar a homofobia em crimes já existentes como o de injúria, formação de quadrilha, entre outros, além de atuar com mais rigor no mercado de trabalho e prestação de serviços, mas deixa de fora a agressão verbal ou o preconceito verbal. Com isso, gays continuariam sem uma lei específica. A lei também não garante explicitamente que casais gays tenham os mesmos direitos de manifestar afeto do que os casais heterossexuais. Os casos de agressão homofóbica, verbal ou física sem sequelas, continuariam a ser crimes leves, pois o motivo seria considerado como agravante. Apesar da proposta de Marta ter sido escrita em um acordo com as alas evangélicas, com a promessa de que apoiariam o novo texto, o apoio prometido não veio. Marta agora recebe a ingratidão por parte dos aliados, que criticam o seu processo de decisão do novo texto. A senadora se defende afirmando que antes o projeto tinha apenas cinco votos e que agora tem a possibilidade de ser aprovado. (mais…)
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