Com base em documento assinado por movimentos sociais como Conselho Indigenista Missionário, Comissão Pastoral da Terra e CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), o deputado Pedro Kemp (PT) denunciou hoje, dia 2 de agosto, a existência de trabalho escravo nos canaviais da empresa Infinity, localizada em Naviraí, a aproximadamente 360 quilômetros de Campo Grande.
De acordo com o parlamentar, o Grupo Especial de Fiscalização Móvel do Ministério do Trabalho, integrada por oito auditores, um procurador do Trabalho, além de policiais federais, interditaram todas as frentes de trabalho da empresa, onde foram constatadas o desrespeito há pelo menos 20 itens da legislação trabalhista. “Faltam equipamentos, os trabalhadores são obrigados a recolher a cana logo após a queima da palha, o ônibus que os transporta está em péssimas condições e no alojamento com vagas para 20 pessoas dormem 40”, relatou.
Kemp lamentou, no entanto, que o trabalho do Grupo de Fiscalização Móvel tenha sido anulado por decisão da 20ª Vara do Trabalho da 10ª Região, medida referendada pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho) que negou a competência dos fiscais para interditar as atividades da empresa. “Com essa decisão o TST está sendo conivente com o trabalho escravo. O álcool está sendo produzido com o sangue dos trabalhadores”, lamentou.
Em seu pronunciamento, o deputado lembrou ainda que muitas empresas produtoras de álcool e açúcar recebem incentivos generosos do governo do Estado. “As usinas de álcool só são bem vindas a Mato Grosso do Sul se respeitarem a legislação trabalhista, a dignidade dos trabalhadores e as leis ambientais”, ponderou.
Não é a primeira vez que o Grupo Infinity tem seu nome ligado à exploração do trabalho análogo à Escravidão. Em 2008, foram libertados 64 trabalhadores de uma usina da Empresa em Conceição da Barra (ES). No mesmo ano e no seguinte, outras duas operações no Estado livraram os empregados da Infinity de situação degradante.
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