Há dois meses computador chegou à comunidade Jejum e região, em Poconé, onde vivem 970 famílias, e já promove empreendedorismo entre elas
ALECY ALVES
Na comunidade quilombola Jejum, município de Poconé, no Pantanal mato-grossense, a impressão que se tem é que o tempo passa lentamente e a paz reina tanto entre as pessoas como entre os animais. Lá, onde o gato dorme sobre o cão em perfeita harmonia, a busca pelo conhecimento parece ser não a única, mas uma das poucas pressas dos moradores, especialmente os jovens.
Situada a menos de 100 quilômetros de Cuiabá, à margem da rodovia MT-060, a comunidade teve a chegada do computador há dois meses. O fato trouxe aos descendentes de escravos e populações vizinhas não só um mundo novo de informações, mas um aprendizado que já está provocando mudanças.
Entretanto, para chegar à era da informática é preciso parar o relógio, voltar no tempo, e contar a história do quilombo e seus fundadores. Dona Olga Alves de Sousa, 71 anos, ou melhor, “Tita”, neta de escravos, desempenhou bem tal tarefa. (mais…)