Por Beatriz C. Maestri e Vanessa Ramos
O povo Pankararé é originário do nordeste da Bahia, da região desértica do Raso da Catarina. Sua vinda para São Paulo e municípios vizinhos em busca de trabalho iniciou-se na época da seca de 1955. Desde então, há um constante fluxo migratório entre o seu território de origem e a região metropolitana de São Paulo. Na Grande São Paulo, os Pankararé concentram-se em maior número na cidade de Osasco, onde vivem 38 famílias. Em outras regiões como Guarulhos, Embu e nas periferias da Zona Leste de São Paulo vivem outras famílias perfazendo um total de aproximadamente 500 Pankararé na Grande São Paulo.
Foi a partir de 2005 que se iniciou uma mobilização maior com envolvimento dos indígenas Pankararé que vivem em Osasco. Nesta época, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), em conjunto com a Pastoral Indigenista, organizou encontros com o grupo Pankararé, no sentido de contribuir com sua articulação e fortalecimento cultural. Um ano antes, algumas lideranças deste povo haviam participado em outro encontro promovido pela Pastoral Indigenista e que reuniu diferentes etnias da Grande São Paulo.
A partir do contato com essas entidades de apoio e animadas por conquistas de outros povos vivendo no meio urbano, algumas lideranças Pankararé buscaram assessoria para um processo de aproximação junto aos órgãos públicos de Osasco. Alaíde Pereira Xavier Feitosa, uma das lideranças que despontavam, sonhava há mais tempo com a possibilidade de um espaço específico, na cidade de Osasco, onde o grupo pudesse se encontrar e retomar as atividades culturais como as danças, o artesanato, dentre outros aspectos. (mais…)
Os morcegos saem voando desorientados, trocando seus aprazíveis descansos por barulhos e estampidos no ar. São interrompidos em seus sossegos diurno no quarto contiguo que ocupam na mansão rural em decadência. Algumas das pessoas que matavam aquele dia a curiosidade acompanham a saideira dos vivíparos também quase em aças. A cena de susto é recíproca. Porém, talvez, o mais assustador para quem não imagina com que surpresas vai se deparar num roteiro improvisado pela ex-fazenda Eldorado é o canil que faz parte da estrutura do palácio abandonado. A ex-morada de ferozes cães poderia ser facilmente comparada em custo com o que hoje possui a chamada “a nova classe media”, ou com os modelos erguidos para “minha casa, minha vida”. Ela tem refugio para seis esplêndidos guardiões de raça…e dos grandes! A coisa é mesmo estar ai e do restante a imaginação se encarrega sem esforço. O cenário não convida precisamente para tramas de romance. O vento recolhe do passado matilha de famintos e roda de pistoleiros.
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