Estados amazônicos, como o Pará, têm potencial para receber compensações pelos esforços de conservação florestal e redução de desmatamento através do mecanismo do REDD
O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), em parceria com Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM), lança na terça-feira (5/7), em Belém, a publicação: REDD no Brasil: Um enfoque amazônico. O trabalho apresenta os fundamentos, critérios e estruturas institucionais para um regime nacional de REDD. Esse mecanismo está em discussão na Convenção do Clima das Nações Unidas e deverá beneficiar os países tropicais detentores de florestas nativas, como é o caso do Brasil.
O país que abriga a maior extensão de floresta amazônica entre os nove países que partilham o bioma tem no desmatamento e na degradação florestal a sua principal matriz de emissão de gases de efeito estufa (GEE). Estima-se que cerca de 60% das emissões totais de GEE no Brasil são provenientes de desmatamento e queimadas, especialmente na Amazônia. O restante provém da queima de combustíveis fósseis na indústria, nos transportes e demais setores.
No debate internacional sobre mudanças climáticas, o Brasil tem se destacado por ter assumido compromissos e cumprido suas metas de redução de GEE oriundas do desmatamento, particularmente na Amazônia. Em 2005, o governo federal assumiu um compromisso internacional de reduzir o desmatamento em 80% até 2020. As reduções recentes nas taxas com que a floresta é derrubada, segundo monitoramento do Instituto de Pesquisa Espaciais (INPE), indicam fortemente que essa meta poderá ser alcançada até mesmo antes do prazo previsto.
O esforço brasileiro precisa ser recompensado e entre as alternativas surge o mecanismo de REDD, que pretende remunerar os governos, produtores rurais e populações tradicionais que fizerem esforços de conservação florestal e redução do desmatamento.
Foi nesse contexto que surgiu o estudo que deu base à publicação. A pesquisa foi elaborada em parceira entre o IPAM, a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR) e o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos do Governo (CGEE).
Potencial para o Pará
A publicação trata das emissões por desmatamento tropical e o papel da Amazônia Brasileira; do REDD como oportunidade para uma nova economia florestal e sugere parâmetros para uma estratégia nacional de REDD no Brasil. Destaca ainda os modelos e estruturas institucionais necessários para que o país possa ser beneficiado quando o mecanismo estiver plenamente regulamentado.
De acordo com o diretor executivo do IPAM, Paulo Moutinho, o livro reflete a participação do instituto e seus parceiros em quase uma década de defesa das florestas no contexto das negociações internacionais sobre mudança climática. Segundo ele, o estado do Pará se destaca pelo estoque de carbono de suas florestas que é de aproximadamente 12,6 bilhões de toneladas, contribuindo com 26% do estoque da Amazônia. Trata-se de um estado amazônico com elevado potencial para o uso do REDD.
Lançamento: REDD no Brasil – Um enfoque amazônico
Dia 5 de julho/2011
Auditório do Centro de Treinamento da SUDAM
Av. Almirante Barroso – 426, Bairro Marco
Belém- PA
http://www.amazonia.org.br/noticias/noticia.cfm?id=388442