Operação salva bebê indígena

Operação salva bebê indígenaRecém-nascida com doença congênita foi trazida em avião da Força Aérea Brasileira (FAB) de Barra do Garças, em Mato Grosso, para Brasília, onde passou por uma cirurgia no Hospital Regional da Asa Sul.  Segundo os médicos, ela passa bem.

Thaís Paranhos

A menina está internada na UTI Neonatal do Hras e deve sair em 15 dias: pais da criança, que moram na aldeia Xavante, no Mato Grosso, não veem a hora de voltar para casa.

Uma operação que envolveu órgãos federal e local, e até um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), conseguiu salvar a vida de um bebê da tribo Xavante, no Mato Grosso.  A menina veio ao mundo no último dia 24 com uma má-formação congênita e precisava de ser operada com urgência.  Ela nasceu com gastrosquise, um defeito na parede abdominal que deixa o intestino exposto.  Diante do problema grave e sem saber o que fazer, os pais da menina percorreram duas cidades do estado em busca de socorro antes de embarcar para Brasília.  Graças a um contato entre o Ministério da Saúde e o Hospital Regional da Asa Sul (Hras), a criança foi operada a tempo e passa bem.

A menina chegou a Brasília na madrugada do dia 25.  Como perdeu muito líquido e estava desidratada, a cirurgia só foi realizada horas depois.  Em recuperação, o bebê deve sair da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do Hras em 15 dias e, em 30, pode voltar para casa.  O pai, Ademir Rudze, 20 anos, não vê a hora de isso ocorrer.  Ele e a mulher, que tem apenas 13 anos, estavam apreensivos com a possibilidade de a menina não sobreviver à doença.  “Ninguém falou nada para a gente.  Não sabia o que estava acontecendo”, contou.

Logo após o nascimento, Ademir pegou a moto e saiu em busca de ajuda.  Ele foi até Campinápolis, cidade mais próxima da tribo, e pediu para que um carro buscasse mãe e filha na aldeia.  As duas foram então encaminhadas até Barra do Garça e de lá pegaram um avião da FAB.

O procedimento cirúrgico durou pouco mais de uma hora e meia.  “A operação foi um sucesso.  O grau de gastrosquise dela era moderado e não havia nenhuma má formação associada.  Conseguimos reduzir as alças”, explicou o cirurgião Fábio Albanez, do Hras.  O trajeto até Brasília, feito de avião, também foi importante para o êxito da operação.  A aeronave C-99 estava equipada e serviu como uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).  Profissionais de saúde da FAB também acompanharam o transporte.  A recém-nascida ainda não tem nome.  De acordo com a tradição Xavante, o avô paterno decidirá como a menina vai se chamar.

Pré-natal De acordo com a diretora do Hras, Roselle Bugarin, a doença pode ser detectada a partir dos quatro meses de gestação, durante os exames de pré-natal, por meio de uma ecografia.  A unidade de saúde do DF é referência no diagnóstico de más formações congênitas e tem uma equipe de cirurgiões especializados para tratar especificamente desses casos.

Cinco em cada 10 mil bebês têm gastrosquise, segundo a diretora do Hras.  Em 2010, cirurgiões do hospital realizaram 35 operações para corrigir esse defeito na parede intestinal.  Neste ano, 15 crianças passaram pela cirurgia.  “De 40% dos bebês que nascem com a doença no Distrito Federal, as mães não sabem da situação do filho”, ressaltou Roselle.

 

 

http://www.amazonia.org.br/noticias/noticia.cfm?id=388315

Deixe um comentário

O comentário deve ter seu nome e sobrenome. O e-mail é necessário, mas não será publicado.