Trabalhadores rurais reclamam das condições de trabalho no campo durante Grito da Terra

Cerca de cinco mil trabalhadores rurais participaram ontem (17) do 17º Grito da Terra, em Brasília, e reivindicaram melhorias para o trabalhador do campo e das florestas. O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Alberto Broch, disse que a manifestação é importante para que o trabalhador do campo tenha inserção social. “Em um país com as dimensões do Brasil, não podemos aceitar que de cada quatro trabalhadores rurais, um viva na miséria extrema. A reforma agrária é necessária, e é necessária imediatamente”.

Entre as principais reivindicações dos manifestantes está o assentamento emergencial de 150 mil famílias acampadas, a criação de uma política nacional de fortalecimento da organização produtiva da juventude no campo, a luta por terra e produção de alimento sem criminalizar o produtor e a garantia de políticas especificas para as mulheres trabalhadoras.Os representantes rurais também participaram da reunião com a frente parlamentar que trata do novo Código Florestal.

Durante a marcha, os manifestantes divulgaram dados que mostram que apenas 1% da população rural tem acesso a rede sanitária, 8,7 milhões de pessoas vivem sem água no campo e 40% da população do campo nunca havia ido a uma consulta médica em 2008.

Segundo Alberto Broch, acordos com 16 ministérios estão em andamento e pelo menos 40 reuniões foram feitas para tratar da reforma agrária no país.

O governo anunciou que vai lançar ainda neste mês, o programa Água Para Todos. O líder petista no Senado, Humberto Costa (PT-PE), disse que o compromisso do governo é defender as grandes bandeiras que lutam pela reforma agrária.

Governo dará hoje resposta a pedidos de trabalhadores rurais

A resposta do governo às reivindicações feitas pelos trabalhadores na agricultura deve ser dada hoje (18), segundo dia do Grito da Terra, mobilização organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). Neste momento, a presidenta Dilma Rousseff está reunida no Palácio da Alvorada com seis ministros de pastas que se envolveram para atender as demandas apresentadas pela Contag no início de abril.

Amanhã, a presidenta deve receber um grupo de trabalhadores rurais no Palácio do Planalto, mas os detalhes sobre o encontro e sobre os anúncios que serão feitos ainda estão sendo acertados.

Estão presentes à reunião o ministro do Desenvolvimento Agrário, Alfredo Florence; da Agricultura, Wagner Rossi; do Planejamento, Míriam Belchior; da Fazenda, Guido Mantega; da Casa Civil, Antonio Palocci, e o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria- Geral da Presidência da República.

No dia 1º de abril, a Contag entregou à presidenta um documento por meio do qual pedia ao governo mais recursos para agricultura familiar e o assentamento de cerca de 150 mil famílias que ainda vivem em acampamentos no campo, além de outras reivindicações históricas defendidas pelos trabalhadores rurais.

Os trabalhadores da agricultura também querem uma maior adequação do Código Florestal aos interesses dos pequenos produtores, a construção de creches em áreas rurais, assistência técnica e regularização fundiária.

 

http://www.ecodebate.com.br/2011/05/18/trabalhadores-rurais-reclamam-das-condicoes-de-trabalho-no-campo-durante-grito-da-terra/

 

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