Indígenas vivem epidemia de diabetes

A aproximação com o modo de vida ocidental””que inclui sedentarismo e alimentos industrializados”” ampliou entre os índios de Mato Grosso a prevalência de males da vida moderna, como obesidade e diabetes.

A constatação é de médicos pesquisadores da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), que, desde 1965, presta atendimento médico aos índios do parque do Xingu. Há quatro anos, a instituição avalia as condições de saúde dos xavantes, que habitam o leste de Mato Grosso. A reportagem é de Rodrigo Vargas e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 09-05-2011.
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As 10 transnacionais secretas que controlam as matérias primas

A Koch é empresa familiar (a segunda mais importante nos EUA depois da Cargill) manejada pelos irmãos ultraconservadores David e Charles Koch, que financiam o Tea Party.

Como é possível que no século 21 ainda existam empresas “secretas” e/ou piratas, que se dão ao luxo de não ter ações nas bolsas de valores, mas que gozam de todas as vantagens do “livre mercado”, incluindo operações suspeitas em paraísos fiscais. Pode manter-se “secreta” a atividade dessas dez transnacionais “gigantes” que controlam os alimentos e a energia, usados como “armas de destruição maciça” contra a maioria do gênero humano? O jornal The Daily Telegraph revelou a identidade oculta das principais 10 transacionadoras globais de petróleo e matérias primas. O artigo é de Alfredo Jalife-Rahme.

Alfredo Jalife-Rahme – La Jornada

Antecedentes: Zheng Fengtian, professor da Escola de Economia Agrária da Universidade Renmin, na China (Global Times, 13/4/11), fustiga “o monopólio dos cereais que o Ocidente exerce” e a “manipulação deliberada dos preços pelos especuladores internacionais” graças à desregulação de que gozam em Wall Street e na City, assim como nos paraísos fiscais (nomeadamente a Suíça): “não podemos depender apenas dos Estados Unidos (EUA) para resolver a crise alimentar global” nem das “quatro (sic) gigantes (sic) transnacionais”.

Não especifica quais, mas os leitores podem consultar os meus artigos sobre o “cartel anglo-saxão da guerra alimentar” e o seu “meganegócio” (Radar Geopolítico; Contralínea, 30/1/11). Fengtian adota a velha tese deBajo la Lupa sobre a “guerra alimentar” que trava Washington para submeter o mundo: “no passado (sic), os EUA aproveitaram as vantagens do seu papel dominante no mercado global de alimentos para adotá-los como arma (¡supersic!) política”. (mais…)

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Norte de MG pode virar deserto em 20 anos + Extração agressiva deve continuar na região

Um terço do território de Minas Gerais pode virar “deserto” em 20 anos. A conclusão é de um estudo encomendado pelo Ministério do Meio Ambiente ao governo mineiro e concluído em março. A reportagem é de Raphael Veleda e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 09-05-2011.

O desmatamento, a monocultura e a pecuária intensiva, somados a condições climáticas adversas, empobreceram o solo de 142 municípios do Estado.

Se nada for feito para reverter o processo, de acordo com o estudo, essas terras não terão mais uso econômico ou social, o que vai afetar 20% da população mineira.

Isso obrigaria 2,2 milhões de pessoas a deixar a região norte do Estado e os vales do Mucuri e do Jequitinhonha. (mais…)

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A Terra está doente, por Leonardo Boff

“Que devolvemos à Terra como forma de gratidão e de compensação? Nada. Só agressão, exaustão de seus bens. Estamos conduzindo, todos juntos, uma guerra total contra a Terra. E não temos nenhuma chance de ganharmos essa guerra. Temo que a Mãe Terra se canse de nós e não nos queira mais hospedar aqui. Ela poderá nos eliminar como eliminamos uma célula cancerígena”, escreve Leonardo Boff, teólogo.

Segundo ele, “o momento é de resistência, de denúncia e de exigências de transformações nesse Código que  modificado honrará  a vida e alegrará a grande, boa e generosa Mãe Terra”. Eis o artigo.

Lamento profundamente que a discussão do Código Florestal foi colocada preferentemente num contexto econômico, de produção de commodities e de mero crescimento econômico. Isso mostra a cegueira que tomou conta  da maioria dos parlamentare e também de setores importantes do Governo. Não tomam em devida conta as mudanças ocorridas no sistema-Terra e no sistema-Vida que levaram ao aquecimento global. (mais…)

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RJ – Comunidade de Tapera: quilombo reconhecido

Cumprindo um compromisso assumido no mês de março, o presidente da Fundação Palmares e ex-ministro da Igualdade Racial Eloy Ferreira de Araújo assina nesta segunda-feira, em Petrópolis, o certificado que oficializa a Comunidade da Tapera como remanescente do Quilombo. O reconhecimento da Comunidade Quilombola, que fica em Itaipava, vem sendo requisitado desde o ano passado pelo procurador da República Charles Stevan da Mota Pessoa. O reconhecimento formal da comunidade remanescente dos quilombos e a regularização fundiária da área fazem parte de um Inquérito Civil Público instaurado pelo Ministério Público Federal em outubro do ano passado.

O procurador tomou conhecimento sobre a existência dos quilombolas, em função de pedidos de melhorias para a comunidade como: instalação de energia elétrica e necessidade de transporte escolar para as crianças, que precisavam caminhar por um longo trecho para estudar. A assinatura do documento será feita em solenidade marcada para as 9h30, no Palácio Sérgio Fadel (sede da Prefeitura de Petrópolis). (mais…)

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Telma Monteiro, Verena Glass e Brent Milikan discutem a Amazônia dia 24, na Holanda

Tania Pacheco

Nossa companheira Telma Monteiro, do GT Combate ao Racismo Ambiental; Verena Glass (Repórter Brasil); e Brent Milikan (International Rivers) foram os três especialistas convidados pela organização holandesa Both Ends para apresentar e discutir com movimentos sociais, responsáveis por políticas públicas e organizações diversas (inclusive industriais) holandesas a situação da Amazônia. O Encontro de Especialistas será realizado no dia 24, em Haia.

A iniciativa é resultado da crescente preocupação da Both Ends em relação às pressões sobre a floresta Amazônia, oriundas do afrouxamento da legislação ambiental, permitindo o desmatamento, o avanço da monocultura  da soja e mega projetos de infraestrutura do PAC -incluindo barragens e hidrelétricas, estradas, ferrovias e expansão portuária -, que “ameaçam transformar a Amazônia num grande grande corredor de exportações para indústrias extrativistas”.

Considerando que a Holanda é o quarto país importador do Brasil (depois da China, Estados Unidos e Argentina), principalmente no que diz respeito à soja, e que, por outro lado, é uma grande especialista em infraestrutura, especialmente ligada a portos e hidrovias, a organização holandesa defende uma parceria nesses setores, que garanta a sobrevivência do ecossitema amazônico. (mais…)

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Harmonia coerciva: A economia política dos modelos jurídicos

por Laura Nader*

Introdução

Os antropólogos subestimaram sistematicamente o papel das ideologias jurídicas na estruturação ou desestruturação da cultura. O exemplo que escolhi para dissecar neste trabalho é a utilização do modelo legal de harmonia como uma técnica de pacificação. A seguir, delinearei minha compreensão da ideologia da harmonia e dos funcionamentos coercivos desta em três ambientes: em primeiro lugar, entre os zapotecas e outros povos colonizados, como exemplo do controle cultural ou da pacificação no primeiro contato; em segundo lugar, nos Estados Unidos, durante um período de vinte anos de mudanças crescentes, de 1975 até a atualidade, a criação e utilização da Alternative Dispute Resolution (ADR) [“Resolução Alternativa de Disputa”], ou estilos conciliatórios, como parte de uma política de pacificação em resposta aos movimentos da década de 60, que lutavam pelos direitos em geral; e, finalmente, o cenário internacional, para onde migraram as mesmas técnicas da ADR para lidar com as disputas internacionais relacionadas a rios.

Os antropólogos examinaram o conflito em muitos ambientes e efetivamente desenvolveram teorias sobre o conflito. No entanto, não chegamos a dispor de teorias completas sobre os significados da harmonia. As etnografias tomaram a harmonia como fato consumado ao buscar explicar a desarmonia. Recentemente, observadores da área da antropologia legal levantaram questões sobre o grau em que, enquanto observadores científicos, fomos capturados pelos sistemas de pensamento de nossas próprias culturas, deixando, talvez, de reconhecer que os estilos de disputa são um componente das ideologias políticas, sendo, freqüentemente, resultado. de imposição ou difusão. Devido à cilada dos modelos preferidos, culturalmente construídos, tem sido difícil para leigos e cientistas sociais examinar com isenção os modelos de harmonia. Realmente, como é cada vez mais exemplificado, a harmonia e a controvérsia fazem parte das ideologias num mesmo continuum e não são, necessariamente, benéficas ou adversas. (mais…)

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