Stojkovic ressalta papel do futebol contra o racismo

O meia-atacante Dragan Stojkovic foi um dos grandes jogadores dos últimos anos da antiga seleção da Iugoslávia. Além de ter participado das edições de 1990 e 1998 da Copa do Mundo da FIFA, ele também conquistou o título da Liga dos Campeões da UEFA em 1993 pelo Olympique de Marselha.

Stojkovic começou a carreira no Estrela Vermelha de Belgrado e pendurou as chuteiras no Japão, defendendo o Nagoya Grampus. Atualmente na quarta temporada como técnico do mesmo Nagoya, e com as credenciais de quem levou o clube no ano passado ao seu primeiro título nacional, o sérvio conversou com o FIFA.com sobre a questão do preconceito e da discriminação. Além de falar das suas posições pessoais, ele também destacou a importância do futebol para enfrentar esse grave problema social.

FIFA.com: Como você descreveria ou definiria a discriminação?

Dragan Stojkovic: A discriminação é um tipo de comportamento ou de atitudes que é irracional. São pequenos grupos de indivíduos que não têm respeito por raça, religião, cor da pele ou idioma. Ela é totalmente inaceitável e algo que me deixa muito triste.

Como você se sentiu em ocasiões de discriminação?

Nunca sofri discriminação, mas, em todas as vezes em que testemunhei atitudes assim, sempre me senti socialmente excluído da comunidade à minha volta. Todas as pessoas acabam sendo vítimas de diferentes maneiras em algum momento. Se ocorrer comigo, não vou tolerar esse comportamento nem um pouco.

O que cada pessoa pode fazer individualmente para combater o racismo?

Denunciar os incidentes à comunidade e, no comportamento pessoal, levar em conta os sentimentos que essas atitudes causam e tratar os outros com o devido respeito. Como pessoa, tenho a grande responsabilidade de sempre dar um bom exemplo de boas maneiras e comportamento, especialmente para as gerações mais jovens.

O futebol é o esporte que tem as melhores condições de tomar atitudes concretas?

O futebol é muito influente porque é adorado no mundo todo. Por isso, pode cumprir um papel importante no que se refere à tomada de decisões concretas. O futebol precisa ensinar coisas como tolerância, coragem, honestidade e paz. Ele promove a solidariedade e pode unir pessoas de todas as camadas sociais. A nossa obrigação na família do futebol deve ser a educação e a solidariedade.

Como você acha que o futebol e a FIFA podem ajudar na luta contra a discriminação?

A FIFA é a entidade esportiva mais influente que existe, e por isso o trabalho de responsabilidade social dos seus órgãos é crucial. É importante tomar atitudes positivas, como contribuir com a educação dentro das comunidades. Pessoalmente, conheço o bom exemplo que a FIFA dá ao apoiar ações contra o racismo e a discriminação.

As coisas estão mudando nos últimos anos?

Graças aos incríveis esforços da FIFA, acredito que as coisas estão mudando. Mas infelizmente ainda precisamos combater esses atos e declarações de discriminação que ocasionalmente ocorrem em estádios. Mais uma vez, o importante é que o racismo e a discriminação são totalmente inaceitáveis, e por isso não pode haver tolerância. Com mais trabalho no mundo todo, especialmente na área de educação, acredito que teremos um futuro melhor.

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