O que o INSS tem a ver com o nugget de frango?

Quem trabalha em um frigorífico se depara com uma série de riscos que a maior parte das pessoas sequer imagina. Por mais que a exposição a instrumentos cortantes seja o óbvio a se pensar, a realização de movimentos repetitivos – que podem gerar graves lesões e doenças – e a pressão psicológica para dar conta do intenso ritmo de produção são os principais problemas.

Esse é o duro cotidiano de trabalho nos frigoríficos brasileiros de abate de aves, bovinos e suínos que o documentário “Carne, Osso” traz à tona. Ao longo de dois anos, a equipe da ONG Repórter Brasil percorreu diversos pontos nas regiões Sul e Centro-Oeste à procura de histórias de vida que pudessem ilustrar esses problemas. O filme, que estréia no Rio de Janeiro neste sábado e em São Paulo na segunda-feira, alia imagens impactantes a depoimentos que caracterizam uma realidade que deve ser encarada com a devida seriedade pela iniciativa privada, pela sociedade civil e pelo poder público. (mais…)

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Para um novo Brasil é preciso fazer a reforma da mídia

No terceiro vídeo da série Reformas Democráticas, você vai saber porque os meios de comunicação estão nas mãos de poucas famílias, o papel da internet na democratização da comunicação e o que propõem aqueles que defendem uma mídia livre. Produzida pela equipe do Vermelho, a série conta com seis vídeos temáticos sobre as reformas estruturais necessárias para que o Brasil continue se desenvolvendo e avance nas mudanças.

http://www.vermelho.org.br/tvvermelho/noticia.php?id_noticia=150637&id_secao=146

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A maldição da exegese cristã fundamentalista sobre o continente africano e sua Diáspora

Centro Cultural Orùnmila, Ribeirão Preto

“Africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé. Isso é fato. O motivo da maldição é a polemica”. (…) “sobre o continente africano repousa a maldição do paganismo, ocultismo, misérias, doenças oriundas de lá: ebola, Aids. Fome…” (…) “Sendo possivelmente o 1o. Ato de homossexualismo da história. A maldição de Noé sobre canaã toca seus descendentes diretos, os africanos” (…) “O caso do continente africano é sui generis: quase todas as seitas satânicas, de vodu, são oriundas de lá. Essas doenças, como a Aids, são todas provenientes da África”.

Essas são frases proferidas, verbalmente e/ou por escrito pelo deputado federal Marco Feliciano, de Orlândia – SP, e que vieram à tona nos últimos dias. O nobre deputado afirmou, ainda, que a sua colocação “Não foi racista. É uma questão teológica”.

Essa teoria não é nova. Foi desenvolvida no período da escravização da população africana nas Américas, para aplacar os dramas de consciência dos cristãos, que se utilizaram de um crime de lesa humanidade, a escravidão, para aprisionar, traficar, matar e explorar, acumulando os bens e privilégios econômicos, sociais e culturais que a população branca usufrui no mundo até os dias atuais. (mais…)

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Trabalho escravo: “Cerco às senzalas da moda” (I)

Marcelo Min/Fotogarrafa/ÉPOCA
NÃO PODE PARAR: Sacos com roupas das Pernambucanas obstruem a entrada na oficina. Ganhando R$ 0,20 por peça, um boliviano costura durante a fiscalização

As Pernambucanas, uma das maiores varejistas do país, são multadas por ter fornecedores que empregam bolivianos em condições similares à escravidão

ANA ARANHA

Quando os auditores do Ministério do Trabalho entraram na casa de paredes descascadas num bairro residencial da capital paulista, parecia improvável que, dali, sairiam peças costuradas para as Pernambucanas. Não fossem as etiquetas da loja coladas aos casacos, seria difícil acreditar que a empresa, cujo faturamento foi de R$ 4,1 bilhões em 2009, pagava 20 centavos por peça a imigrantes bolivianos que costuravam das 8 da manhã às 10 da noite. Para abastecer a terceira maior rede varejista em vestuário do país, os 16 trabalhadores suavam em dois cômodos sem janelas de 6 metros quadrados cada um. O ar era quente, havia fios elétricos pendurados do teto e sacos de roupa misturados a sacos de batata no chão. Costurando casacos da Argonaut, marca criada pelas Pernambucanas para os jovens, havia dois menores de idade e dois jovens que completaram 18 anos na oficina. Três crianças, filhas dos trabalhadores, circulavam entre as máquinas.

Como consequência dessa operação, as Pernambucanas foram autuadas, na semana passada, pela acusação de explorar, em sua cadeia produtiva, trabalho análogo ao escravo (crime que pode ser punido, segundo o Código Penal, com multa e reclusão de dois a oito anos). A empresa recebeu multa de R$ 2,2 milhões. Por meio de sua assessoria, emitiu uma nota em que afirma: “A Pernambucanas não produz, ela compra produtos no mercado e os revende no varejo”. É verdade que as Pernambucanas não contrataram os bolivianos diretamente. Eles trabalhavam para a Dorbyn, uma confecção intermediária que recebia as encomendas das Pernambucanas e levava as peças-piloto para a oficina. Fábio Khouri, um dos diretores da Dorbyn, disse que desconhecia as condições de trabalho na oficina. Um gerente da confecção, porém, ia à oficina a cada 15 dias. “Pensamos que a produção poderia ser feita apenas por três pessoas”, afirma Khouri. (mais…)

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SP – 25 gangues apavoram gays e negros nas ruas da cidade

Eles são jovens, com idades entre 16 e 28 anos. Têm ensino fundamental e médio. Pertencem, em sua maioria, às classes C e D. Usam coturnos com biqueiras de aço ou tênis de cano alto, jeans e camisetas. São brancos e pardos – negros, não. Cultuam Hitler, suásticas e o número 88. A oitava letra do alfabeto é o H; HH dá “Heil, Hitler”, a saudação dos nazistas. Consomem baldes de álcool. As outras drogas têm apenas uso marginal.

Ostentam tatuagens enormes em que se leem “Ódio”, “Hate”, ou “Ame odiar”. A propósito, odeiam gays e negros. São de direita. Gostam de bater, bater e bater. E de brigar. A reportagem é de Laura Capriglione e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 03-04-2011.

O perfil dessa turma, auto-denominada skinheads por influência do movimento surgido na Inglaterra durante os anos 1960, quem traçou foi a Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância), da Polícia Civil do Estado de São Paulo. No total, a Decradi já identificou 200 membros de 25 gangues com nomes como Combate RAC (Rock Against Communism – rock contra o comunismo, em português) e Front 88 (sempre o 88). (mais…)

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Assentado é morto em Anapu. Outro agricultor tem casa incendiada

Acaba de chegar a informação da morte de um agricultor do PDS Esperança (Anapu I), no Pará. O nome dele ainda não foi divulgado, mas seu corpo foi encontrado dentro de um igarapé (córrego) na saída da cidade de Anapu na semana passada. Não há maiores informações até o momento sobre as circunstâncias da morte. A informação é do blog de Cândido Cunha, 02-04-2011.

“Estamos muito preocupados com a segurança dos agricultores do PDS Esperança, pois a estranha morte de um dos agricultores que foi tirado da área de reserva do lote 55 e assentado em uma parcela retomada pelo INCRA, por estar abandonada, mas os ocupantes que perderam estas parcelas ameaçaram de morte os agricultores que foram colocados pelo INCRA e até mesmo o servidor do INCRA, Antonio José”, informa a CPT de Anapu na pessoa do agente de pastoral, Fabio José.

No dia de ontem, a casa de um assentado que está acampando na entrada do PDS para coibir a entrada e saída de veículos madeireiros foi incendiada. “Ainda não temos suspeitos, mas sabemos do que se trata e o agricultor perdeu tudo”, informa a CPT. (mais…)

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‘Somos um país racista e homofóbico’

A advogada Margarida Pressburger fez o curso de direito nos primeiros anos da ditadura militar, de abril de 1964 a dezembro de 1968. “Entrei com a ‘gloriosa’ e saí com o AI-5”, brinca a carioca de 67 anos que há um mês assumiu, em Genebra, uma vaga no Subcomitê de Prevenção da Tortura (SPT), da Organização das Nações Unidas (ONU). A entrevista é de Luciana Nunes Leal e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 03-04-2011.

É a primeira vez que o Brasil integra o subcomitê. Criado em 2002 para fiscalizar presídios e outras instituições de privação de liberdade suspeitas de práticas de tortura e maus tratos, ele também denuncia a aplicação de penas cruéis ou degradantes. Este ano, o subcomitê vai inspecionar três países: Ucrânia, Mali e Brasil.

Margarida comemora a aprovação, pelo governo brasileiro, da proposta da ONU de investigar violações de direitos humanos no Irã. É uma crítica da decisão do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se recusou, em novembro de 2010, a apoiar resolução que pediu o fim de pena de apedrejamento naquele país. Para ela, Lula excedeu-se no “jogo de cintura” da política externa.

No Brasil, a abertura dos arquivos da ditadura é uma de suas bandeiras. Indagada sobre a nota do Brasil em direitos humanos, foi curta e direta: “De um a dez? Um. Somos um país homofóbico, racista”. Eis a entrevista. (mais…)

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Carta das Mulheres Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo à Presidente Dilma

À Excelentíssima Presidenta da República Dilma Roussef,

Nós, mulheres indígenas representantes de 36 povos dos Estados do Ceará, Paraíba, Rio Grande de Norte, Alagoas, Pernambuco, Bahia, Piauí, Minas Gerais e Espirito Santo, nos reunimos na aldeia Tuxá de Rodelas de 27 à 30 de março 2011, por ocasião da II Assembléia das Mulheres Guerreiras Indígenas da APOINME,  para discutir temáticas que afetam nossas vidas , nossas comunidades e nossos territórios sagrados.

Discutimos nesses dias as várias formas de agressão a nossos territórios indígenas como a Transposição do Rio São Francisco, a ferrovia Transnordestina, as barragens de Pedra Branca e Riacho Seco, a usina nuclear de Itacuruba e outras grandes obras do PAC.

Manifestamos nossa profunda preocupação relacionada com o desrespeito sistemático dos nossos direitos territoriais reconhecidos tanto pela Carta Magna desse país como em tratados e convenções internacionais. (mais…)

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MG – Morre Seu Djalma Caxixó

É com muita tristeza que comunico a todos que na tarde de hoje, 3 de março, aos 74 anos, faleceu Seu Djalma Caxixó.

Cacique e memorialista do povo Caxixó em Minas Gerais, ele foi a figura que levou os caxixós à luta pelo seu reconhecimento étnico oficial e pelo seu direito à terra.

Com um olhar singular para o mundo e para a história, com uma narrativa ímpar, ele tinha grandes projetos para seu povo.

Na expectativa da demarcação da Terra Indígena, ele aguardava pacientemente o momento de reunir todos.

Ele acreditava na justiça dos homens e de Deus, como dizia, e verbalizava, com uma certeza invejável, que os Caxixó retornariam em breve para sua terra. (mais…)

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