Coletânea analisa conflitos no Rio Negro
Análises de processos sociais e pensamentos de um futuro pelos diferentes agentes sociais da região do Rio Negro estão reunidos na coletânea Mobilizações Étnicas e Transformações Sociais do Rio Negro, que será lançada pela UEA Edições no próximo dia 19 de março, às 17h, na Saraiva MegaStore do Manauara Shopping. A publicação foi organizada pelo Instituto Nova Cartografia Social (INCS), da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).
A coletânea traz artigos que abordam as transformações sociais recentes no Rio Negro produzidos por pesquisadores vinculados aos Programas de Pós-Graduação em Antropologia (PPGAS) e Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), bem como a projetos científicos, como os desenvolvidos no âmbito do Centro de Estudos Superiores do Trópico Úmido (CESTU) da UEA.
O Instituto Nova Cartografia Social tem buscado produzir reflexões sobre as transformações sociais recentes. Para tanto, tem privilegiado na região do Rio Negro, tal como em outras regiões amazônicas, a diversidade de expressões culturais, através da análise das relações entre situações de conflito e processo de reconfiguração étnica em curso, explica o antropólogo Alfredo Wagner Berno de Almeida, coordenador do Instituto Nova Cartografia Social e um dos organizadores da coletânea.
Os artigos são vários e heterogêneos, desde a história social da região ao processo de reconhecimento jurídico-formal da diversidade cultural para a consolidação do arquipélago de saberes dos povos indígenas e comunidades tradicionais do Rio Negro, principalmente, piaçabeiros, pescadores artesanais, ribeirinhos, quilombolas, extrativistas e artesãos.
“A coletânea não se propõe a responder a estes temas da ordem do dia do poder político e do planejamento territorial. Antes pretende dialogar criticamente com a própria maneira de colocar essas questões, re-interpretando argumentos que asseveram ser o Rio Negro uma “região isolada” e “naturalmente” fora do alcance de frentes de expansão, que caracterizam o processo de ocupação de outras regiões amazônicas ou que afirmam tratar-se de uma região que não é foco de políticas governamentais desenvolvimentistas e que prossegue marcada pelos extrativismos que a moldaram e que posteriormente fizeram dela uma região de importância econômica secundária”, avalia Alfredo Wagner.